Crítica | Êxodo: Deuses e Reis

Êxodo: Deuses e Reis

Êxodo: Deuses e Reis é mais uma tentativa de Ridley Scott desempenhar um grande épico, o que não acontece desde Gladiador (2000). Apesar do premiado filme ter sido um sucesso de bilheteria, o longa em si comete muitas falhas históricas, mas as sequências eletrizantes e Russell Crowe inspiradíssimo no papel acabam relevando. Desde então, Scott repetiu os mesmos acertos e erros citados com Cruzada, Robin Hood e agora com a história sobre Moisés.

Assim como o recente Noé (de Darren Aronofsky), o roteiro escrito por Adam Cooper, Bill Collage, Jeffrey Caine e Steven Zaillian busca fugir de questões teológicas e foca na figura de Moisés (Christian Bale), nascido entre os hebreus durante o período em que o povo sofria nas mãos do Faraó. Criado pela família real, Moisés se torna torna um militar ao lado de Ramsés (Joel Edgerton). A relação entre Moisés e a família real é afetada quando ele recebe ordens de Deus para liberar os hebreus da opressão.

A palavra “épico” associada ao filme se deve apenas ao espetáculo visual que a produção proporciona. Scott mais uma vez não economiza em planos longos de ação, algo semelhante com Cruzada, um grande filmes apenas pela duração, o que se repete aqui nos 150 minutos de projeção.

No mais, Scott prefere discutir mais aspectos políticos do que religiosos, trazendo um Moisés com características maiores de um militar do que um profeta de Deus. Bale, exerce bem a função e acaba sendo um dos poucos motivos para que o longa atraia a atenção. Por um outro lado, as presenças de Sigourney Weaver, Joel Edgerton, Aaron Paul, Ben Mendelsohn, John Turturro e Ben Kingsley são totalmente descartadas durante o longa. Edgerton, que vinha sendo destacado como o antagonista de Moisés, aparece totalmente deslocado e perdido em cena.

Êxodo: Deuses e Reis não chega a ser um fracasso, mas é um filme apenas correto e regular. Para um filme com mais de 2 horas, apenas duas cenas conseguem a emoção esperada: a entrega da tábua dos mandamentos e a abertura do Mar Vermelho. E há outra cena também: a dedicatória ao irmão Tony Scott, falecido em 2012, durante os créditos finais.

E como de praxe, teremos que aguardar a conhecida versão estendida (que sempre supera a versão original) de Ridley Scott para compreender as reais intenções do cineasta nesta produção. Se é que haverá uma versão estendida. Esperamos que sim.

  • Bom
3

Resumo

Êxodo: Deuses e Reis não chega a ser um fracasso, mas é um filme apenas correto e regular. Para um filme com mais de 2 horas, apenas duas cenas conseguem a emoção esperada: a entrega da tábua dos mandamentos e a abertura do Mar Vermelho. E há outra cena também: a dedicatória ao irmão Tony Scott, falecido em 2012, durante os créditos finais.