“Você só vive uma vez. É sua obrigação aproveitar a vida da melhor forma possível.” – Jojo Moyes
Todos devem ter essa frase em mente antes de assistir Como Eu Era Antes de Você. Um dos filmes mais aguardados do ano, baseado no livro homônimo de Jojo Moyes, traz de volta o romantismo associado ao drama, clássicos em autores como Nicholas Sparks, há muito não presente nos cinemas. A produção é uma adaptação do livro publicado em 2012 na Inglaterra, intitulado Me Before You, mas que só fez sucesso no Brasil ano passado, ao se divulgar que sua história iria para as telas.
O livro deixou milhares de fãs aos prantos com seu final trágico, ao contrário do típico final feliz dos romances . Sim, é mais um típico clichê onde um jovem rico e bonito se apaixona pela menina pobre e simples. O que faz com que uma obra desse tipo faça sucesso, é o que a difere dos outros. E são essas diferenças que farão boa parte de seu público chorar e ficar de coração partido.
A história narra a vida de Louisa Clark (“Emilia Clarke ” de Game of Thrones), uma jovem simples e divertida de 26 anos, que adora roupas coloridas e sempre enxerga o lado bom das coisas. Em contrapartida, Will Traynor (Sam Claflin de “Jogos Vorazes”) vivia a vida dos sonhos de qualquer jovem adulto rico, com direito a esportes radicais e muitas mulheres, até sofrer um acidente e ficar tetraplégico.
O isolamento transforma Will em uma pessoa amarga, sozinha, depressiva e cínica, além de intransigente até mesmo com sua família. Buscando animar a vida do filho, seus pais contratam Louisa, a menina do interior que precisa do dinheiro para ajudar a família. A barreira aos poucos é quebrada e um forte sentimento se desenvolve entre os dois. Will, entretanto, destrói todos os sonhos de Lou ao tomar a fatídica decisão.
A grande jogada da diretora Thea Sharrock foi na escolha do elenco. Além de sua grande popularidade no mundo moderno, os dois protagonistas desenvolveram uma química sem igual, o que faz todas as meninas se apaixonarem junto com Louisa. Além disso, temos a chance de ver um rosto conhecido de volta as telas, após uma incrível transformação no decorrer dos anos. Matthew Lewis (de Harry Potter) interpreta o namorado rico e atleta da menina, que percebe tarde demais o quão rápido um relacionamento se perde.
Juntando-se a eles, temos Janet McTeer como Camilla Traynor; Charles Dance como Steven Traynor; Brendan Coyle como Bernard Clark; Jenna Coleman como Katrina Clark e Samantha Spiro como Josie Clark.
A imagem imponente de Emilia Clarke (como Khaleesi em Game of Thrones), que a fez uma das mulheres mais poderosas da atualidade, é desfeita em apenas 5 segundos e surge um rosto de menina, cômico e infantil, assim como a Louisa do livro. Sam Claflin por sua vez, expõe logo de cara uma expressão fechada, que vai se desfazendo no decorrer do filme e é aí que o grande sucesso está.
Os dois atores não poderiam ter interpretado melhor Louisa e Will, e talvez outros dois não dariam ao filme o sucesso atual.Houve quem subestimasse o talento de ambos para filmes românticos (apesar de Sam ja ter trabalhado), mas o relacionamento entre os dois flui de forma tão natural, que faz com que todos torçam para um final feliz. E quando ele não ocorre, parece que perderam tanto quanto Louisa.
Quem leu o livro pode ter sentido falta de alguns momentos, como o conturbado relacionamento dos pais de Will, além de maior aprofundamento em alguns assuntos. O fisioterapeuta Nathan (Steve Peacocke), por exemplo, aparece pouco, e seu papel em diversas situações é essencial. Os três enfrentam juntos os problemas de Will e as maluquices de Lou, e são os responsáveis por boa parte dos diálogos marcantes na trama.
Parece que Sharrock quis amenizar um pouco o choro do público, que se depara com um filme objetivo, onde os momentos principais estão presentes. A autora, que também participou do roteiro, escolheu a dedo o que seria exibido e o que iria prender a atenção de quem estivesse assistindo, até a resposta final. Acredito que tanto os leitores, quanto os espectadores, ficarão extremamente emocionados e felizes com aquilo que vão ver e ouvir, pois uma trilha sonora com 2 músicas do Ed Sheeran sela com chave de ouro a mensagem do filme.
Duas coisas poderiam ter sido diferentes, entretanto. Quem assistiu apenas o trailer, consegue perfeitamente imaginar o que acontecerá no início, meio e fim. Um toque de surpresa, seja ela desagradável ou não, nunca é demais e desperta ainda mais o interesse. Além disso, alguns assuntos poderiam ter sido melhores abordados ao comparar-se com o livro. Com apenas 110 minutos, havia tempo suficiente para desenvolver mais um pouco e instigar o espectador.
Resumo
Thea Sharrock está de parabéns, pois o filme é lindo, romântico e transmite aquilo que está na essência do livro. A grande jogada da diretora foi na escolha do elenco, pois dois atores não poderiam ter interpretado melhor Louisa e Will, e talvez outros dois não dariam ao filme o sucesso atual.Quem leu o livro pode ter sentido falta de alguns momentos, mas é um filme objetivo, onde os momentos principais estão presentes.Tanto os leitores, quanto os espectadores, ficarão extremamente emocionados e felizes com aquilo que vão ver e ouvir