Crítica | Divertida Mente

Depois de um período sem muita criatividade, a Pixar parecida ter perdido a mão. Mas o estúdio mostra mais uma vez sua habilidade e aptidão com uma nova história original, algo que o público tanto esperava. Dos criativos Pete Docter, Meg LeFauve e Josh Cooley surge Divertida Mente (Inside Out), animação aplaudida de pé durante o Festival de Cannes deste ano.

O longa já encabeça a lista das grandes animações do estúdio como Toy Story, Procurando Nemo, Monstros S.A. e Up. A produção se estabelece como a mais madura e complexa por abordar os sentimentos humanos. Contudo, de uma forma didática para atrair crianças e adultos com a mesma eficiência.

A história é centrada na mente da garota Riley. Sua trajetória é movida por emoções que conduzem sua vida: Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho. Cada emoção tem sua importância e ajuda a moldar a personalidade da menina. Quando Alegria e Tristeza acabam expelidas da sala de controle, Riley sofre as consequências com apenas três emoções restantes, o que afeta sua vida emocional, escolar e familiar. Alegria e Tristeza precisam fazer uma jornada pelo cérebro humano para retornar a sala de controle.

O roteiro da animação utiliza de maneira exemplar os sentimentos humanos e o quanto cada um é importante para a construção e crescimento de uma pessoa, quanto mais uma criança. Riley é uma criança como qualquer outra: ama seus pais, é sonhadora, gosta de esportes (no caso, hóquei) e sofre com a mudança de casa. Mesmo assim, seu sorriso jovial é importante para a estrutura familiar se manter intacta como a própria mãe frisa.

O longa não busca vilanizar ou humanizar os sentimentos. Há uma mensagem por trás de cada um. Tristeza ganha destaque não apenas por ser o foco ao lado da Alegria. A personagem acaba conquistando o público por sua maneira arrastada de falar e sua visão mais realista do mundo. “Chorar faz eu me acalmar e suportar o peso dos meus problemas”, diz Tristeza fazendo uma analogia que na vida às vezes chorar faz parte e que não podemos retrair ou esconder os sentimentos.

Divertida Mente é o longa mais ousado e criativo da Pixar dos últimos anos. Uma animação para refletir, divertir e emocionar. Todos quesitos importantes para uma jornada no maravilhoso mundo da sétima arte.

  • Excelente
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Resumo

Divertida Mente é o longa mais ousado e criativo da Pixar dos últimos anos. Uma animação para refletir, divertir e emocionar. Todos quesitos importantes para uma jornada no maravilhoso mundo da sétima arte.