Crítica | Creed – Nascido para Lutar é uma lição de superação

Durante seus seis filmes, a franquia Rocky Balboa inspirou milhares de pessoas com sua mensagem de superação, e por mostrar que qualquer um é capaz de vencer na vida, se acreditar em seu potencial. 10 anos depois do último filme, Sylvester Stallone retorna ao papel que o consagrou, deixando nas mãos de Ryan Coogler (Fruitvale Station: A Última Parada) a missão de seguir com a franquia no derivado Creed – Nascido para Lutar.

Coogler é um fã declarado da obra original, e partiu dele seguir com um spin-off com a aprovação de Stallone, mas sob um olhar diferente. Aqui, a história é sobre Apollo Creed, rival de Rocky, morto fazendo o que amava: lutar boxe. O garanhão italiano não conseguiria o status de mito, se não fosse pelo grande rival, e o respeito por Apollo permanece intacto, seja por fotos guardadas ou lembranças. A partir daí, somos apresentados a Adonis Johnson (Michael B. Jordan), um jovem de passado problemático, adotado por Mary Anne (Phylicia Rashad), viúva de Apollo, que revela para Adonis que o lendário boxeador é seu pai. Com a veia de lutador desde a infância difícil, Adonis decide se tornar um boxeador, abandonando o emprego para se dedicar totalmente ao esporte, mesmo a desgosto de Mary Anne.

Sabendo da história do pai, Adonis decide se mudar para Filadélfia com o intuito de ser treinado por Rocky Balboa (Sylvester Stallone), que dedica a vida para cuidar do simples restaurante. Antes relutante, Rocky logo se identifica com a força de vontade de Adonis, algo que ele sempre teve em sua juventude, e aceita treina-lo.

O roteiro de Coogler em parceria com Aaron Covington respeita a tradição de Rocky, homenageando o trabalho anterior de Stallone, mas rejuvenesce a franquia para o público atual. Rocky precisa lidar com um outro adversário, o mais difícil de sua vida, enquanto Adonis tenta superar o peso de ser filho de um grande lutador, e provar para si mesmo que é capaz de criar um novo legado com o nome Creed.

Michael B. Jordan e Sylvester Stallone desempenham uma eficiente parceria. Apesar do recente fracasso em Quarteto Fantástico, Jordan tem uma atuação brilhante (esquecida no Oscar) e forte como Adonis. O ator se entrega ao papel, assim como Stallone, que apresenta sua melhor atuação como Rocky Balboa desde o primeiro filme em 1976. Recém-ganhador do Globo de Ouro, o ator reconquista o prestígio esquecido em Hollywood, que o taxou como um sujeito brucutu de filmes de ação. Stallone é mais do que isso. Ele possui uma incrível veia dramática, que poucos atores conseguiriam desempenhar com tamanha paixão toda a complexidade emocional de Rocky. Impossível não se emocionar com o ator em cena. Stallone é Balboa. E Balboa é Stallone.

Outra novidade é o cuidado técnico que este longa apresenta. As cenas de luta são incríveis, muito em virtude da competente fotografia da francesa Maryse Alberti, destaque para o plano sequência do primeiro combate de Adonis no México. A luta final também apresenta uma interessante plasticidade.

A trilha sonora deixa de lado os temas clássicos de Rocky para um hip-hop, algo que condiz ao estilo de Adonis. Porém, sentimos falta de um tema mais tocante, que se resumiu a lampejos da trilha clássica que Ludwig Göransson aproveitou e conduziu de maneira satisfatória.

Creed – Nascido para Lutar é uma lição de superação. Com atuações inspiradas e cativantes, o longa renasce com magnitude uma importante franquia do passado, assim como foi em Mad Max – Estrada da Fúria e Star Wars – O Despertar da Força. 2015 ficou marcado pelo retorno de velhos, mas queridos personagens pelo público.

  • Ótimo
4

Resumo

Creed – Nascido para Lutar é uma lição de superação. Com atuações inspiradas e cativantes, o longa renasce com magnitude uma importante franquia do passado, assim como foi em Mad Max – Estrada da Fúria e Star Wars – O Despertar da Força. 2015 ficou marcado pelo retorno de velhos, mas queridos personagens pelo público.