Crítica | A Chegada é uma das experiências cinematográficas mais transformadoras e emocionantes do ano

poltrona-a-chegada-posterFilmes com a temática invasão alienígena já está deveras saturado em Hollywood, mas continua atraindo um grande público. As mais recentes experiências, como Independence Day: O Ressurgimento, seguiram o mais do mesmo com o clichê de que eles estão aqui para nos conquistar e a Terra será totalmente devastada. Mas, e se fosse o contrário? Se os alienígenas chegassem em nosso planeta com o propósito de ajudar?

É a plot inicial de A Chegada, novo longa do talentoso diretor canadense Denis Villeneuve, que vem realizando grandes produções desde o surpreendente Incêndios. Em seu quinto filme, o cineasta mostra sua versatilidade em saber abraçar diversos gêneros (aqui, ficção científica com drama).

A Chegada é uma obra contemporânea com influências a filmes que, com certeza, inspiraram o diretor quando mais jovem. Nesta produção, fica clara uma referência ao clássico O Dia em que a Terra Parou. Com o roteiro de Eric Heisserer, Villeneuve nos conta uma história com assuntos pertinentes nos dias atuais e que merecem uma reflexão.

Uma delas é qual seria o grande problema da nossa sociedade? Não é preciso racionar muito que a comunicação está entre os principais problemas. A falta de comunicação entre os povos culminou e continua resultando em guerras sem fim. Tudo por julgamentos precipitados, a arrogância e prepotência de alguns povos.

Na trama, quando doze naves alienígenas chegam a vários locais na Terra, o Coronel Weber (Forest Whitaker) está à procura de uma linguista para compreender o que eles estão fazendo no planeta. Para isso, a Dra. Louise Banks (Amy Adams) é requisitada, e se junta com o cientista Ian Donnelly (Jeremy Renner) para decifrarem a mensagem dos seres. Mas, eles precisam correr contra o tempo; quando outros países não demonstram tanta paciência, como a China, que encara a visita inesperada dessas naves como o início de uma guerra mundial.

Daí, começa o grande problema da humanidade em julgar antes de pensar com racionalidade. O longa apresenta com eficiência que a comunicação é um desafio árduo, principalmente, em um mundo onde a maioria das pessoas de todas as raças, credos e espectros políticos não estão dispostas a ouvir.

Louise percebe que os aliens não são hostis, e na medida que ela aprende mais sobre como se comunicar com eles, entende que algo grandioso está por vir. Porém, é mais fácil expulsar os aliens (porque são diferentes!) do que compartilhar alguma experiência com eles.

Amy Adams está soberba aqui e apresenta a melhor atuação de sua carreira. De início, sua personagem parece uma mulher fragilizada, mas logo demonstra ser uma heroína dando uma lição nos militares. Notem na cena de sua chegada ao centro militar, um certo olhar de desdém por uma mulher adentrar em um ambiente masculino. Porém, ela demonstra algo que eles nunca teriam no momento do primeiro contato com os aliens: empatia, paciência e inteligência em não deixar o preconceito prejudicar suas ações.

Jeremy Renner e Forest Whitaker também merecem destaque. As atuações de ambos são interessantes, porque cada um representa um pólo. Renner representa um cientista encarando a situação como uma verdadeira descoberta e aprendizado, enquanto Whitaker representa um militar que precisa de respostas imediatas para seus superiores e pouco está se importando no que a visita alienígena está representando para o mundo.

Com uma atmosfera de intensa força emocional, Denis Villeneuve introduz os aliens de maneira eficiente. A câmera acompanha de uma forma que representa o temor do olhar humano em conhecer algo nunca antes visto. Da mesma forma que os humanos encaram com medo os alienígenas, o longa mostra que eles também tem um certo receio, mas o avanço que eles já possuem por anos de experiência com outras raças, sugere que eles já estavam preparados para uma recepção negativa. Algo pequeno para o desafio maior que eles teriam com a humanidade.

A Chegada é um longa desafiador, que vai emocionar e fazer refletir sobre nossa verdadeira função no universo. O resultado é uma das experiências cinematográficas mais transformadoras do ano. Este é o melhor filme de 2016.

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  • Excelente
5

Resumo

A Chegada é um longa desafiador, que vai emocionar e fazer refletir sobre nossa verdadeira função no universo. O resultado é uma das experiências cinematográficas mais transformadoras do ano. Este é o melhor filme de 2016.

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