Crítica | Brightburn: James Gunn apresenta sua versão dark de Superman

Depois de reservar os últimos anos dirigindo duas grandes produções (Guardiões da Galáxia Vol. 1 e 2), James Gunn nunca esqueceu sua paixão por produções menores de orçamentos modestos, e o gênero terror. Brightburn – Filho das Trevas, terror produzido pelo cineasta, apresenta uma nova forma de se fazer terror ao misturar com mais um gênero: super-herói.

O longa dirigido por David Yarovesky, parceiro de longa data de Gunn, mostra uma visão sombria de Superman. Mais até que as recentes produções da Warner/DC sobre o Homem de Aço. Na trama do filme, uma criança de outro mundo cai na Terra, na cidade do Kansas. O bebê é encontrado dentro de uma nave por fazendeiros e sua origem é escondida da comunidade. A criança chega aos 12 anos, mas em vez de se tornar um herói para a humanidade, ele demonstra ser uma ameaça para o mundo.

O roteiro de Brian Gunn e Mark Gunn não se aprofunda na origem de Brandon Beyer (Jackson A. Dunn). Pouco se sabe de onde ele veio, apenas que sua chegada na Terra não foi para fins pacíficos como aconteceu com Kal-El. Brandon está na Terra para subjugar os humanos. Então, a narrativa dá ênfase ao núcleo familiar. Tori Beyer (Elizabeth Banks) e Kyle Byer (David Denman) são os típicos pais de primeira viagem, aprendendo aos poucos a lidar com a puberdade de Brandon e com a chegada de fenômenos estranhos ao redor do garoto. Enquanto Kyle passa maior parte do tempo ausente trabalhando, Tori dedicou os últimos anos exercendo o papel de mãe. É inevitável a comparação com Martha Kent. Até os diálogos são semelhantes com as histórias do Superman. Porém, o desfecho é dramático e Banks entrega uma performance sólida e convincente.

Jackson A. Dunn é uma grata surpresa. Brandon inicia a narrativa sendo uma criança como qualquer outra. Mas, ao sofrer bullying na escola junto a descoberta que possui super poderes e que não é deste mundo, é o click de que ninguém pode para-lo. Ele é um ser superior e nem seus pais serão capazes de para-lo. Ele deixa de ser uma criança dócil e se torna uma figura sinistra, cínica e amedrontadora. A construção do personagem lembra deveras o clássico terror A Profecia (1976). Sua figura se assemelha com o surgimento do anticristo.

Na animação Liga da Justiça, Superman confessa que o planeta Terra para ele é como um caixa de papelão. Ele precisa ter controle absoluto sobre sua força para não destruir tudo com um simples soco. Brandon entende isso da pior forma e usa seus poderes dilacerando quem fica na sua frente. As sequências aterrorizantes brincam com o uso (mesmo exagerado em alguns momentos) de jump scares.

Brightburn – Filho das Trevas está longe de ser perfeito. O filme possui inconsistências. Por exemplo, a edição esquece uma personagem importante no momento de clímax. Contudo, o longa é satisfatório ao corromper a ideia de super-heróis com uma visão mais pessimista sobre seres poderosos.

4

Ótimo

Brightburn – Filho das Trevas está longe de ser perfeito. O filme possui inconsistências. Por exemplo, a edição esquece uma personagem importante no momento de clímax. Contudo, o longa é satisfatório ao corromper a ideia de super-heróis com uma visão mais pessimista sobre seres poderosos.