Crítica | Apesar da mesma fórmula, Velozes e Furiosos 8 surpreende e supera os anteriores

Você provavelmente se perguntou: “Nossa, mais um Velozes e Furiosos? Eles não cansam não?”
Com 8 filmes, a franquia se mostra longe de encerrar as produções, tendo ainda mais dois confirmados pelo próprio Vin Diesel. Mesmo após a morte de um de seus protagonistas em novembro de 2013, a “nova família” consegue suprir a ausência de Paul Walker – apesar da falta de um parceiro para Toretto -, sempre fazendo questão de homenagear o ator em algum momento.

Velozes e Furiosos já deixou de ser sobre mulheres seminuas e rachas de carros faz tempo, mas escolhe sempre ter uma passagem do tipo para manter suas origens. Depois de conquistar um público fiel, o novo filme chega a nos lembrar de filmes de super heróis, com situações recheadas de ação e cenas absurdas de explosões, tiroteios e até mesmo acidentes glaciais envolvendo um submarino de guerra. Outra semelhança é o fato de todos os personagens possuírem o dom da imortalidade. É sério, ninguém morre nos filmes da franquia – mesmo quando morre na vida real. A produção tem até mesmo sua própria versão havaiana do Hulk, vivido pelo policial Luke Hobbs (Dwayne “The Rock” Johnson).

No oitavo filme da série, Domic Toretto (Diesel) e Letty (Michelle Rodriguez) estão finalmente descansando e passando sua lua de mel em Cuba, tentando viver uma vida pacata e fora de grandes emoções. A adrenalina, entretanto, parece perseguir Dom e qualquer desentendimento vira motivo para se disputar um carro e formar uma aliança para mais tarde. E o mexicano sempre ganha, mesmo que tenha que saltar de um carro em chamas, correndo em alta velocidade e sair sem ao menos rasgar a camisa branca apertada. E claro, não podiam faltar os bonitos cenários paradisíacos clássicos, com suas ruas prontas para abrigar rachas de velocidade insana e obstáculos desleais, sem uma só sirene de polícia ser disparada.

Os problemas do casal começam quando uma misteriosa mulher, a Cipher (interpretada pela vencedora do Oscar, Charlize Theron) aparece em Cuba e faz com que o chefe da família abandone as músicas e noites calientes, e retorne ao mundo da velocidade e do crime. O diretor F. Gary Gray (Código de Conduta) optou por revelar ao público muito cedo o motivo de Dom resolver trabalhar para a hacker, o que teria despertado mais a curiosidade e emoção do público caso fosse mostrado minutos mais tarde. Até agora parece o mesmo molde de todos os filmes anteriores, certo? Acontece que, de repente, Toretto torna-se o inimigo a ser combatido.

Outro elemento presente no filme que irá saciar a nostalgia daqueles que acompanham a franquia é o típico retorno de toda a família, dessa vez sem o patriarca. Trabalhando em prol de seu país, mas sem o consentimento do mesmo, a turma se reúne sob a liderança de Hobbs – que só queria poder treinar o time de futebol da filha (ótima cena, por sinal) -, para enfrentar seu líder em uma caçada nuclear, envolvendo Nova York, Berlim, Rússia, um submarino de guerra, armas dos mais diversos tipos, mísseis e claro, os melhores e mais rápidos carros do mundo (e um tanque).

Estão todos lá, o sempre engraçado e extravagante Roman Pearce (Tyrese Gibson), os hackers Tej (Ludacris) e Ramsey (Nathalie Emmanuel) e a esposa sempre fiel Letty. Alguns outros membros foram “contratados” de última hora, como os irmãos ex-presidiários Deckard e Owen Shaw (vividos por Jason Statham e Luke Evans, respectivamente), sua mãe Magdalene Shaw (Helen Mirren) o representante do governo Frank Petty (Kurt Russell) e o jovem Eric Reisner (Scott Eastwood). A doída ausência de Mia (Jordana Brewster) e Brian (Paul Walker) é justificada como uma aposentadoria do casal, já que foi decidido que o personagem de Walker não teria o mesmo destino de seu intérprete.

Apesar de manter a mesma fórmula, o oitavo filme supera seus anteriores. Feito para divertir o público e agradar os já fãs da franquia, a produção é feita de forma limpa e sem muita enrolação, entregando uma peça melhor do que esperávamos ver. A família continua unida, os carros continuam evoluindo e a ação só aumenta, então por que não continuar? Os elementos de sempre estão todos presentes, com um toque a mais de emoção e um ritmo frenético do início ao fim.

Colaboração: Paula Ramos

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É claro que a homenagem a Paul Walker não podia faltar e Dom resolve fazer o que Vin Diesel fez na vida real: deu o nome do amigo a seu filho (no caso Pauline, pois Diesel teve uma menina). Uma vez que Brian ainda está vivo na trama, teria sido mais bonito e tocante nomeá-lo Paul, que infelizmente não está mais presente.

3

Bom

Velozes e Furiosos já deixou de ser sobre mulheres seminuas e rachas de carros faz tempo, mas escolhe sempre ter uma passagem do tipo para manter suas origens. Depois de conquistar um público fiel, o novo filme chega a nos lembrar de filmes de super heróis, com situações recheadas de ação e cenas absurdas de explosões, tiroteios e até mesmo acidentes glaciais envolvendo um submarino de guerra.