Crítica – Annabelle

Invocação do Mal surpreendeu a todos quando lançado em 2013 por ser uma produção de baixo orçamento e aparentar que seria um filme que não teria grande retorno financeiro. Contudo, James Wan apresentou um ótimo trabalho e eficiência ao criar uma trama inspirada em fatos que caísse no gosto e curiosidade do público, sendo aclamado e considerado um dos grandes longas de terror/suspense daquele ano.

Enquanto a continuação não chega aos cinemas, Wan (ocupado com Velozes e Furiosos 7) convocou o parceiro John R. Leonetti, responsável pela fotografia de Invocação do Mal, para fazer sua estreia na direção em Annabelle, um spin-off sobre a misteriosa boneca que aparecera brevemente na obra original. O resultado é um filme bastante eficaz e capaz de prender o público com todo o mistério em volta da boneca.

A trama segue Mia (Annabelle Wallis) e John (Ward Horton), um casal que está prestes a ter seu primeiro filho. Enquanto o marido está atarefado com sua residência em medicina, a jovem fica sozinha em casa para repousar devido a gravidez. Durante a noite, os dois são atacados por um casal representante de uma seita satânica. Contudo, a misteriosa mulher se mata abraçada com a boneca, que Mia acabara de receber de presente do marido. Após o incidente, eventos sobrenaturais acontecem na casa e a boneca pode ser a resposta para os acontecimentos.

O roteiro de Gary Dauberman é deveras eficiente por concentrar todo em filme envolta do mistério e nos acontecimentos assustadores sob os olhos de Mia. Desconhecida em Hollywood, Wallis realiza um trabalho competente por não representar uma protagonista frágil e estridente com cada evento sobrenatural. A curiosidade que nos desperta na busca por respostas, é mesma com a personagem, que embora assustada e com medo, descobre o verdadeiro segredo e quem realmente é Annabelle com o intuito de proteger sua família.

O longa ainda prega algumas homenagens a clássicos filmes do gênero, como O Bebê de Rosemary. Há a famosa cena do carrinho de bebê em uma das sequências mais assustadoras do longa. Inicialmente ambientada em um casa e depois em um condomínio, Leonetti encontra nos dois ambientes seu playground para criar cenas temorosas recheadas de terror psicológico e usando muito bem os efeitos sonoros. A boneca Annabelle não é um novo “Chuck”. Contudo, não chega a ser um demérito, pois ela consegue ser assustadora apenas com seus olhos grandes e vivos. O trabalho técnico contribui bastante para o uso correto da boneca. O figurino e o design de produção são deveras competentes.

Mesmo oscilando em seu terceiro ato, Annabelle apresenta um resultado satisfatório e não é aquele spin-off sem sentido. A conexão com Invocação do Mal acontece de forma inteligente e sem a necessidade da aparição de Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga) para justificar a prisão da boneca na caixa de vidro abençoada a cada dois meses no museu do casal. No mais, uma boa estreia de John R. Leonetti na direção.

  • Ótimo
4

Resumo

Mesmo oscilando em seu terceiro ato, Annabelle apresenta um resultado satisfatório e não é aquele spin-off sem sentido. A conexão com Invocação do Mal acontece de forma inteligente e sem a necessidade da aparição de Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga) para justificar a prisão da boneca na caixa de vidro abençoada a cada dois meses no museu do casal. No mais, uma boa estreia de John R. Leonetti na direção.