Esta crítica é dedicada a memória do talentoso, querido e eterno Alan Rickman.
Já faz muito tempo (6 anos) desde que nos foi apresentada uma nova versão do clássico filme da Disney de 1951, baseado no famoso livro de Lewis Carrol, Alice no País das Maravilhas. Os desenhos de nossas infâncias deram lugar aos talentos de excelentes atores já por muitos conhecidos, como Johnny Depp (o Chapeleiro) e Helena Bonham Carter (a Rainha Vermelha).
A história teve suas modificações para o século XXI, sem perder a essência e magia dos filmes de Walt Disney, e por isso fez um grande sucesso ao estrear (mais de US$ 1,025 bilhão em bilheteria).A sequência do filme de 2010 não decepcionou àqueles que buscavam a mesma magia de seu antecessor, e conseguiu até surpreender. Não existem mais dúvidas, o filme é realmente bom!
Dessa vez a história não gira em torno de Alice, mas do Chapeleiro, o que nos permite ter mais uma boa amostra do talento de Depp. A trama se inicia com o retorno da jovem, agora já uma mulher, após uma longa viagem pelo mundo seguindo os passos de seu pai, e seu reencontro com a mãe. Através de um espelho mágico, ela se vê novamente no País das Maravilhas, onde descobre que seu velho amigo Chapeleiro corre risco de morte devido a uma descoberta sobre seu passado.
Seguindo os conselhos de Absolem (voz de Alan Rickman #RIP) e atendendo aos pedidos de antigos amigos, o Coelho Branco (voz de Michael Sheen), o gato de Cheschire (voz de Stephen Fry) e a Rainha Branca Mirana (Anne Hathaway), Alice tem de convencer o Tempo (Sacha Baron Cohen) a lhe emprestar a Cronosfera, lhe permitindo voltar no tempo e ajudar o Chapeleiro a resolver suas questões familiares. Durante a jornada, ela acaba descobrindo eventos traumáticos no passado das duas rainhas irmãs, além de reencontrar estranhos conhecidos. Obviamente, o tempo não está a seu favor.
Apesar de não contar com a direção de Tim Burton, agora na produção, os traços e características do cineasta são explícitas e evidentes desde os primeiros momentos. Com cores fortes e que se destacam na maior parte do filme, o público é transportado ao País das Maravilhas e suas já conhecidas características. A fantasia e a curiosidade prendem o expectador até os últimos minutos e por mais que o final seja um pouco previsível, há sempre uma chance de se surpreender com as obras de Burton.
Assim como Johnny Depp, Helena Bonham Carter é o grande chamariz em Alice Através do Espelho. Apesar de não obter todo o destaque da primeira produção, já que o enfoque nesta segunda é o ator americano, a atriz consegue mais uma vez demonstrar o porque de tantos papéis em sua carreira. Alice é a protagonista , mas é seu amigo e a vilã do filme que acarretam tanto sucesso. Juntando-se a dupla, temos o comediante Sacha Baron interpretando o Tempo, que de forma cômica e excêntrica conquista a audiência com seu sotaque alemão e trejeitos esquisitos. A personagem de Mia vem como mais uma maneira de mostrar o poder feminino perante o mundo machista da época e é a ligação com a fantasia do outro universo paralelo dos contos de fada.
Com certeza Alan Rickman está orgulhoso e encerrou sua filmografia com uma grande produção. O filme é divertido, barulhento, colorido e frenético em todos os momentos, e irá agradar um público de todas as idades. A ligação com seu antecessor está nos personagens do Chapeleiro, da Rainha Vermelha e muitos outros, mas a história narrada dessa vez é completamente diferente e insana. Tim Burton provou que não precisa dirigir uma trama para que ela brilhe e seja sensacional.
Resumo
Alice Através do Espelho é divertido, barulhento, colorido e frenético em todos os momentos, e irá agradar um público de todas as idades. A ligação com seu antecessor está nos personagens do Chapeleiro, da Rainha Vermelha e muitos outros, mas a história narrada dessa vez é completamente diferente e insana. Tim Burton provou que não precisa dirigir uma trama para que ela brilhe e seja sensacional. Alan Rickman com certeza encerrou sua carreira com uma grande produção.