Crítica | A Série Divergente: Insurgente

Depois de Harry Potter, uma chuva de adaptações sobre livros juvenis chegaram ao cinema quase que simultaneamente. Crepúsculo, Jogos Vorazes, O Doador de Memórias, Maze Runner e A Série Divergente, que chega ao seu segundo capítulo.

Todos os longas apresentam a mesma temática de um herói ou heroína como o “escolhido” para salvar seu povo. Às vezes, fica difícil separar Katniss, Tris e etc, porque parece que estamos acompanhando a mesma história. Contudo, a comparação seria injusta, porque cada longa tem sua particularidade.

Sendo repetitivo ou não, A Série Divergente: Insurgente apresenta uma evolução comparado ao despretensioso primeiro filme, que foi realizada de maneira até desacreditada por seus produtores, que não enxergaram inicialmente tanto potencial.

Mesmo escrito pelos duvidosos Mark Bomback e Akiva Goldsman (com mais erros do que acertos em suas respectivas carreiras), a trama inicia com um resumo sobre o que aconteceu no longa anterior em um discurso intenso e implacável de Jeanine (Kate Winslet, mais uma vez ótima!) sobre o perigo dos divergentes nas facções. Enquanto isso, Tris (Shailene Woodley), Quatro (Theo James), Caleb (Ansel Elgort) e o chatíssimo Peter (Miles Teller) se escondem para não serem capturados. Durante uma fuga, eles encontram a líder dos sem-facção (Naomi Watts), que busca o mesmo que Tris: eliminar Jeanine.

O grande problema do longa está no roteiro sem inspiração, que mesmo com o esforço de Shailene Woodley, que mais uma vez surpreende como Tris, o longa se perde em alguns momentos por conflitos óbvios e diálogos bem clichês. Na verdade, o elenco merecia um roteiro e direção à altura. Robert Schwentke apresenta uma falta de criatividade na direção, algo não visto em Neil Burger, que deveria ter continuado na franquia, pois sua direção é competente, mas que não usufruiu dos recursos financeiros de seu sucessor.

Há momentos sem o menor sentido quando, por exemplo, Quatro inicia uma luta contra um grupo, quando poderia ter sido evitada se revelasse sua real identidade. Bater antes pra conversar depois não convenceu na construção da cena. Um exemplo da direção frágil de Schwentke. Saudades, Burger.

Com uma certa displicência em relação ao livro de Veronia Roth, o roteiro e direção buscam compensar suas falhas com o uso de excelentes sequências de ação e um visual incrível para os momentos de clímax. Graças as presenças ótimas de Winslet, Watts e Teller, o último sendo um alívio cômico pontual, o longa se mantém firme.

A sequência final, que não vou detalhar, é repleta de dúvidas, mas prepara um terreno interessante para o último filme da série, que será dividido em duas partes com o único intuito de arrecadar mais na bilheteria.

Por fim, A Série Divergente: Insurgente teria um resultado incrível se as pessoas envolvidas no longa não cometessem tantos erros em seu desenvolvimento. Contudo, Woodley e cia correspondem as expectativas dos fãs.

  • Bom
3

Resumo

A Série Divergente: Insurgente teria um resultado incrível se as pessoas envolvidas no longa não cometessem tantos erros em seu desenvolvimento. Contudo, Woodley e cia correspondem as expectativas dos fãs.