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Como os filmes de terror slasher mudaram desde os anos 80!

Divulgação

Os exagerados e angustiantes filmes slasher não possuem mais espaço na nova Hollywood. Esse subgênero do terror, assim como sua audiência, cresceu e se tornou algo muito mais complexo. É claro que o bom e velho slasher não morreu, mas soube como se reinventar nessas duas décadas.

Os anos 80 foram a década dos filmes de terror em Hollywood e as franquias de slasher eram a formula perfeita para o sucesso nas bilheterias. Mas os filmes modernos tiveram que evoluir muito, em termos de história, estilização e cinematografia. Listamos para você 10 mudanças nos filmes de terror slasher desde os anos 80!

Menos sangue

Como os filmes de terror slasher mudaram desde os anos 80!
Halloween / Imagem de divulgação

A palavra slasher imediatamente nos faz lembrar de atos cruéis de carnificina, e por muitos anos Hollywood associou esse subgênero com sangue jorrando para todos os lados. E apesar de ser fácil fazer essa associação, os filmes modernos de slasher, especialmente os que foram produzidos depois de 2010, apresentaram formas mais subjetivas do que esses filmes podem representar.

Essas mudanças fizeram esse subgênero menos exagerado. Isso significa menos sangue, principalmente por que assassinos concebidos pelo mal e jump-scares [cenas de susto] não eram mais eficazes para aterrorizar as pessoas. O público queria mais do que uma enorme quantidade de sangue espirrando na tela e pedaços de corpos espalhados pelo porão sem nenhum contexto.

Uma experiência visual mais madura

Hush: A Morte Ouve / Imagem de divulgação

Com melhor CGI e avanços tecnológicos, o fenômeno do terror encontrou um tratamento melhor em Hollywood, o que abriu espaço para melhores narrativas e desenvolvimentos de trama.

No entanto, os cineastas e roteiristas passaram a identificar o que faltava nos filmes de terror dos anos 80, em termos de estilo visual, e passaram a experimentar formas mais sutis de design de cena e roteiro. Filmes como Creep de Patrick Brice ou A Morte Te Dá Parabéns de Christopher Landon são mais ambiciosos em termos de possibilidades narrativas.  

A mudança na audiência

Como os filmes de terror slasher mudaram desde os anos 80!
Jamie Lee Curtis

É notável a mudança no tipo de audiência que os filmes slasher dos anos 80 atraiam, sejam eles Halloween: A Noite do Terror ou Sexta-Feira 13. No entanto, essa não foi uma mudança demográfica, mas sim uma mudança na intenção dos filmes slasher.

No cinema atual, o retorno do dinheiro investido no projeto não é o principal foco dos cineastas mais novos. Diretores como Alexandre Aja e Ari Aster exploraram um tipo de cinema que não eram apenas divertidos de assistir nos finais de semana, mas também uma experiência legítima do cineasta, algo que agradaria uma maior variedade de público, e que abriu espaço para um novo tipo de assassino nos filmes slasher.

As personagens femininas

Halloween II / Imagem de divulgação

Não só os filmes de terror, mas toda indústria cinematográfica das décadas passadas usavam as personagens femininas apenas como um apelo visual para as audiências, que se acostumaram a ver as mulheres como ‘recebedoras’ das tragédias nos filmes.

Então, a donzela em perigo encontrou um novo nicho em personagens como Laurie (Jamie Lee Curtis) de Halloween: A Noite do Terror ou Valerie (Robin Stille) de Massacre na Festa do Pijama, onde a jovem assustada quase sempre precisa ser salva para poder escapar e as outras mulheres na trama eram apenas usadas como isca para o assassino. As heroínas dos Slasher modernos como Sidney (Neve Campbell) de Pânico ou até mesmo Needy (Amanda Seyfried) de Garota Infernal receberam um tratamento melhor que as suas antecessoras.

Não é só um homem usando uma máscara

Como os filmes de terror slasher mudaram desde os anos 80!
Corrente do Mal / Imagem de divulgação

Durante muitos anos, os filmes slasher tem sido sobre um homem que usa uma máscara assustadora enquanto persegue uma garota, ou um grupo de adolescentes. Depois dos anos 90, esses filmes passaram a procurar outras formas de retratar os assassinos e buscaram um conceito que fizesse com que o público se identificasse com alguns acontecimentos.

Um bom exemplo dessa mudança é o filme Corrente do Mal onde o ‘assassino’ é uma entidade que pode ser transmitida entre pessoas após o sexo. Então, o vilão usando uma máscara passou a ser substituído por formas mais conceituais ou metafóricas de medos e ansiedades, que podem ajudar na identificação com o público.

Tratamento do trauma

Pânico 4 / Imagem de divulgação

Na maioria das franquias dos anos 80, o conceito de trauma era abordado de forma rasa, principalmente pelo beneficio da cultura das franquias. Pânico foi uma das primeiras franquias de terror a mostrar como o trauma molda e afeta a vida das pessoas.

Sidney, protagonista da franquia, está sempre revivendo e mencionando seus traumas passados. Em Pânico 3 ela trabalha como conselheira de mulheres que foram abusadas, e em Pânico 4, ela escreve um livro sobre o massacre de Woodsboro. Isso mostra que o passado de Sidney sempre será parte de quem ela é. Os filmes também mostram como os traumas passados da protagonista influenciaram as vidas das pessoas ao seu redor.

O modo como o sexo é tratado

Corrente do Mal / Imagem de divulgação

Nos slashers dos anos 80, assim como nos filmes giallo [filmes italianos de assassinos e mistério que tinham muito foco em corpos nus, principalmente os corpos femininos], o sexo era usado como um mecanismo narrativo; era usado com o intuito de estabilizar algo ou era usado como um aviso de que uma tragédia estava próxima. O sexo também era muito usado para rotular o papel da mulher na narrativa e, eventualmente, determinar seu futuro no filme.

Laurie de Halloween é a ‘boa garota’, ela gosta de ler e estudar, é virgem e é destinada a ser o ponto de inocência do filme, o que significa que ela será a sobrevivente da história, do outro lado temos Marcie de Sexta-Feira 13, que morre logo após fazer sexo.

Não temos mais as rainhas dos gritos

Psicose / Imagem de divulgação

Isso pode ser facilmente explicado pela mudança no público-alvo desses filmes. As novas audiências estavam cansadas de ver as mulheres indefesas que gritavam a maior parte do tempo. Essas personagens logo foram substituídas por protagonistas fortes e que tentavam de tudo para ficarem seguras.

Curiosamente, as protagonistas dos slasher modernos são, quase todas, mulheres confiantes que tem suas próprias opiniões e poderiam até mesmo perseguir o assassino. Essas mulheres ‘duronas’ são muito mais desafiadoras na hora de compor a narrativa dos filmes, mas elas também são muito mais relevantes.

O horror familiar

Pânico 4 / Imagem de divulgação

Os novos slashers estão muito mais focados no mal que já está sentado na mesa de jantar, ao invés de procurar alguém de fora. A maioria das franquias dos anos 80 tinham um assassino vindo de fora, ele muitas vezes não tinha um parentesco com suas vítimas, apenas uma pequena ligação com elas.

Os novos slashers, e filmes de terror em geral, estão mais focados em dramas familiares e nas falhas humanas. É claro que ainda existem filmes que possuem influencias sobrenaturais mas, mesmo nesses casos, as dinâmicas humanas e familiares sempre prevalecem.

O elemento artístico

Velvet Buzzsaw / Imagem de divulgação

À medida que o elemento extravagante foi sendo eliminado dos slasher modernos, o horror artístico, o folk noir e outros elementos intelectuais passaram a substituir os clichês dos anos 80. Midsommar de Ari Aster foi concebido como um slasher e, ao analisarmos o conceito do filme, ele se qualifica como um. No entanto a forma que o massacre foi tratado no longa é muito diferente das vistas até então.

Velvet Buzzsaw e o remake de Suspiria possuem diversos elementos dos slasher antigos, como a grande quantidade de sangue e os assassinatos premeditados, mas a intervenção artística nessas obras transforma a narrativa em algo diferente e atual.

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