Ficha técnica:
Diretor: Guillermo del Toro
Roteiristas: Guillermo del Toro e Vanessa Taylor
Gênero: Fantasia, Drama, Aventura
Duração: 2h e 3 minutos
Elenco: Sally Hawkins, Octavia Spencer, Michael Shannon, Doug Jones, Richard Jenkins e Michael Stuhlbarg
Sinopse: Década de 60. Em meio aos grandes conflitos políticos e transformações sociais dos Estados Unidos da Guerra Fria, a muda Elisa (Sally Hawkins), zeladora em um laboratório experimental secreto do governo, se afeiçoa a uma criatura fantástica mantida presa e maltratada no local. Para executar um arriscado e apaixonado resgate ela recorre ao melhor amigo Giles (Richard Jenkins) e à colega de turno Zelda (Octavia Spencer).
1 – Guillermo del Toro
O diretor realmente se esforçou para que esse projeto saísse do papel. Ele começou a trabalhar em A Forma da Água em 2011. A ideia inspirada no filme O Monstro da Lagoa Negra de 1954 surgiu em um café da manhã com Daniel Kraus, com quem del Toro trabalhou em Caçadores de Trolls.
Ele começou a trabalhar no roteiro e a pensar em como seria a criatura antes mesmo de mostrar qualquer coisa para um estúdio e ainda investiu $200 mil de seu próprio bolso no projeto. Então mostrou seu projeto para a Fox Searchlight e levou muitas pessoas às lágrimas após apresentar suas ideias, mostrar partes do roteiro e esboços. Além disso, o diretor desistiu da sequência de Círculo de Fogo para poder se dedicar completamente ao projeto.
Todo o esforço rendeu muitos frutos já que A Forma da Água recebeu 13 indicações ao Oscar e del Toro recebeu o Globo de Ouro de melhor diretor.
2 – É um conto de fadas para adultos
De maneira sutil, A Forma da Água passa a mensagem de que vivemos em um mundo preconceituoso, no qual muitas vezes o diferente pode ser considerado estranho e assustador, mas que, apesar disso, a beleza e a humanidade têm muitas faces. Acabamos nos perguntando quem realmente são os monstros.
Temos vários elementos de um conto de fadas: o romance, a criatura que nos ensina uma lição, os elementos dos sonhos. Porém, contos de fadas infantis tem finais felizes e o final de A Forma da Água é um pouco mais agridoce. O filme é uma fantasia que atinge uma nota de esperança e sugere que o amor real significa cruzar os muros que erguemos entre nós e aqueles diferentes de nós. O que faz com que não pareça tão fantasioso assim.
A Forma Da Água é uma lição para todos que já se sentiram incompletos e incapazes de encontrar o amor.
3 – O poder da amizade
A protagonista Elisa (Sally Hawkins) é uma órfã, muda, presa em uma rotina e que trabalha como faxineira num laboratório. Ela é retratada como uma mulher solitária, tão solitária quanto a criatura, o que os leva a amizade e consequentemente ao amor.
Porém Elisa tem amizades muito fortes e bonitas com seu vizinho Giles (Richard Jenkins) e com a colega de trabalho Zelda (Octavia Spencer). Os dois não estão lá apenas como suporte, ambos tem suas histórias: Zelda é uma mulher negra que trabalha como faxineira e não se entende muito bem com o marido e Giles é homossexual, que está com a carreira na publicidade em declínio e está em crise por conta de sua idade. E eles também sofrem por ser quem são, o que os aproxima mais ainda de Elisa e da criatura.
4 – Não é só feito de amor e coisas fofas
Como todos os filmes de del Toro, A Forma Da Água tem muita violência e sangue espalhado. O filme se passa em um laboratório durante a Guerra Fria e muitos experimentos são realizados na criatura, em sua maioria por Richard Strickland (Michael Shannon), que é um vilão completamente plausível. A criatura é selvagem, então não podemos esperar um comportamento completamente amigável dela também.
O lado feio faz com que o filme seja mais real, já que o nosso mundo não é feito apenas de coisas belas.
5 – Atuação
Sally Hawkins faz o papel de uma pessoa que se comunica através de gestos, movimentos e olhares, ela é a princesa sem voz. E mesmo sem nenhuma fala consegue nos passar uma série de emoções tão fortes que quase nos faz esquecer que Elisa é muda. Apesar de não se conhecerem, del Toro confessou que escreveu Elisa pensando em Sally para interpretá-la.
Octavia Spencer, Richard Jenkins e Michael Shannon também estão ótimos em seus papéis. E Doug Jones mais uma vez nos apresenta uma criatura incrível, ele já esteve em outros filmes de del Toro, provavelmente sendo seu papel mais conhecido o Homem Pálido em O Labirinto do Fauno.
A Forma da Água recebeu treze indicações ao Oscar 2018: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz, Melhor Roteiro Original, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Design de Produção, Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Edição, Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de Som e Melhor Trilha Sonora
A Forma da Água está em cartaz nos cinemas brasileiros