Chefes de Estado Chefes de Estado

Chefes de Estado | Crítica

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Chefes de Estado apresenta duas personalidades extremamente distintas que comandam duas das nações mais poderosas do mundo. No Reino Unido, o primeiro-ministro Sam Clarke (Idris Elba) é um líder à moda antiga que prioriza entregar resultados para seus eleitores, mas não se importa em ser amado por eles. Ele é um cara taciturno e amargurado, com uma personalidade contrária à do excessivamente amigável presidente dos Estados Unidos, Will Derringer (John Cena).

O presidente Derringer ainda está no início do mandato e é constantemente adorado por milhões de eleitores, não exatamente por seu tempo de serviço ao povo, mas porque passou décadas sendo um dos maiores astros de ação de Hollywood. Portanto, naturalmente, faz sentido que esses dois indivíduos não sejam os maiores fãs um do outro, mesmo que diante das câmeras eles sorriam e se mostrem amigáveis para promover uma iniciativa que seus dois países estão liderando em conjunto.

Os líderes concordam relutantemente com um esquema de relações públicas tramado por seus assessores, interpretados por Sarah Niles, do lado americano e Richard Coyle, do lado britânico. O presidente e o primeiro-ministro aceitam fazer uma curta viagem juntos no Força Aérea Um, numa falsa demonstração de solidariedade. É então que a ação começa com um ataque de assassinos disfarçados de comissários de bordo. Há esfaqueamentos e tiroteio antes de Derringer e Clarke saltarem de paraquedas juntos do avião em chamas.

Derringer quer ligar para a esposa para que ela saiba que está tudo bem, mas Clarke sabe que eles são alvos e que eles estão comprometidos. A partir daí, a inovação engraçada e boba de ter líderes mundiais como pessoas incompatíveis fica em segundo plano para dar espaço para as situações repletas de ação que se seguem e levam os rivais, inevitavelmente, a se tornarem amigos – enquanto o mundo presume que eles estão mortos.

O filme do diretor Ilya Naishuller (Anônimo) é uma típica comédia de ação que se beneficia muito de suas duas estrelas e um pouco de seus personagens inesperados. O elenco é fundamental e o filme acerta em cheio nesse aspecto. A dupla principal é divertida de assistir, pois abordam os papéis com mais entusiasmo do que o roteiro levemente monótono proporciona. Então, o longa mergulha em cenas explosivas, porém banais. A ação é executada com solidez, mas é bastante previsível, com os homens se livrando de problemas a socos e tiros enquanto se dirigem a uma reunião tensa da OTAN a tempo de anunciar que estão vivos e salvar o dia. Ainda assim, é possível extrair alguns momentos divertidos de Chefes de Estado.

O bom elenco também conta com Priyanka Chopra Jonas como uma agente do MI6, Noel, que trabalha uma operação conjunta com a CIA. A missão dá errado e ela desaparece durante boa parte do filme — presumivelmente morta. Então, lá pelas tantas, ela retorna e se mostra mais tática e durona do que qualquer um dos dois homens. É Noel que vai ajudar os dois líderes mundiais a se manterem vivos e longe dos perigos causados pelo vilão interpretado por Paddy Considine. Também vemos breves participações de Jack Quaid como um engraçado chefe de estação da CIA (que tem uma das melhores cenas do filme) e Carla Gugino como vice-presidente dos Estados Unidos.

A enredo do filme, escrito por Josh Appelbaum, André Nemec e Harrison Query não é muito realista e há furos aos montes. Mas parece que a equipe inteira estava de acordo que estavam fazendo um filme bobo, daqueles que não deve ser levado remotamente a sério – e isso até faz parte de seu charme. É difícil fazer um filme sobre políticos hoje em dia sem que ele seja comparado com a política que vemos nos jornais no cotidiano, mas Chefes de Estado consegue provocar o público sem deixar de ser relativamente imparcial e seguindo aquele tipo de entretenimento de ação da década de 1990.

Chefes de Estado é o tipo de filme que não exige muito do público além de desligar nossos cérebros e curtir muita porrada e piadinhas, além de nos trazer o típico clichê de inimigos que se tornam amigos. É um filme entrega o que esperamos de uma produção do gênero que foi lançada diretamente no streaming.

Chefes de Estado estreia exclusivamente no Prime Video em 2 de julho.

3

Bom

Chefes de Estado não traz nada de novo em termos de trama ou de ação, mas ainda assim, tem personagens carismáticos o suficiente para se tornar um entretenimento agradável.