Casa Gucci Casa Gucci

Casa Gucci | Crítica

Divulgação

Casa Gucci, o novo drama biográfico de crime do diretor Ridley Scott, conta a história de Patrizia Reggiani e Maurizio Gucci desde o momento em que se conheceram, passando por um período de quase 30 anos, até chegar ao assassinato que abalou o mundo da moda no anos 1990. O roteiro de Becky Johnston e Roberto Bentivegna é baseado no livro Casa Gucci: Uma história de glamour, ganância, loucura e morte, de Sara Gay Forden, sobre a família italiana que construiu um império da moda e artigos de luxo.


No longa, Patrizia Reggiani (Lady Gaga) é a filha do dono de uma empresa de caminhões que trabalha na contabilidade do negócio de sua família e tem uma habilidade em forjar assinaturas. Ela conhece Maurizio (Adam Driver) em uma festa e rapidamente iniciam um relacionamento, mesmo contra a vontade do pai dele, Rodolfo Gucci (Jeremy Irons). O início do longa é bastante charmoso, com um clima de conto de fadas que nos faz criar simpatia pelo casal formado por uma mulher confiante e seu parceiro tímido e um pouco estranho.

Conforme o relacionamento dos dois fica mais sólido, Maurizio é deserdado, vai trabalhar na empresa dos Reggiani e fica contente com isso. Sua vida sempre foi orquestrada pelos homens poderosos de sua família e não ter mais que lidar com eles tira um peso de suas costas. Mas Patrizia é ambiciosa e reconhece o poder do sobrenome Gucci, então ela começa a maquinar seu plano para que o marido volte a ter contato com seus familiares.

Ela tenta estabelecer um bom relacionamento com o tio de Maurizio, Aldo Gucci (Al Pacino). Com apenas dois herdeiros restantes para potencialmente assumir os negócios da família, Aldo sabe que seu filho idiota, Paolo (Jared Leto), não é a melhor opção e Maurizio obviamente é o escolhido para manter o legado. Maurizio então se torna um peão nas mãos de sua esposa cuja ambição não tem limites e logo os conflitos entre os dois começam a surgir.

Fica bastante claro em muitos momentos do longa que Patrizia nunca foi e nunca será aceita como um membro oficial da família Gucci, mas isso não a impede de dar seu melhor para fazer com que Maurizio chegue ao topo nos negócios da empresa e consequentemente a carregue com ele.

Casa Gucci não é a obra digna de Oscar que estávamos esperando, mas as ótimas atuações fazem com que as quase 2h40 de duração valham a pena. Lady Gaga como Patrizia é bastante caricata com seu sotaque italiano, muitas vezes engraçada e quase sempre exagerada, o que faz com que a dinâmica com o Maurizio calmo e contido de Adam Driver funcione tão bem. O veterano Al Pacino é muito mais comedido do que o esperado como empresário italiano dominador. Já Jared Leto trás um alívio cômico para o longa, com seu personagem extremamente caricato, citando frases absurdas em praticamente todas as suas cenas.

Os personagens foram construídos de forma a parecerem uma sátira dos ricos e da ostentação dos anos 1970 e 1980. Não dá pra levar a sério os sotaques, a superficialidade dos personagens e todo o melodrama, mas a forma que Ridley Scott conduziu seu novo longa, os incríveis figurinos criados por Janty Yates e a trilha sonora, fazem com que ele seja um filme muito divertido.

Casa Gucci chega aos cinemas na quinta-feira, 25 de novembro de 2021.

3.5

Bom

Casa Gucci não é a obra digna de Oscar que estávamos esperando, mas tem ótimas atuações, boa trilha sonora e figurinos impecáveis. O diretor Ridley Scott e os roteiristas Becky Johnston e Roberto Bentivegna transformaram uma história real de assassinato em um filme bastante divertido que você não irá sentir que tem quase 2h40 de duração.