Poucos desenhos animados infantis conseguiram se manter vivos por tanto tempo quanto Bob Esponja Calça Quadrada. A animação lançada em 1999 mostra as aventuras de uma esponja do mar que mora com seu caracol de estimação na Fenda do Biquíni, que fica no fundo do oceano. Bob trabalha no Siri Cascudo fazendo hambúrgueres de siri e, nas horas vagas, vive arrumando confusões com seu melhor amigo, a estrela-do-mar Patrick (ou irritando seu vizinho, Lula Molusco). Além da série, o personagem já ganhou três filmes próprios e mais dois derivados. Agora, ele está de volta com Bob Esponja: Em Busca da Calça Quadrada, que chega aos cinemas no Natal.
No filme dirigido por Derek Drymon e escrito por Pam Brady e Matt Lieberman, Bob Esponja acorda e descobre que cresceu um pouquinho. Agora ele finalmente está alto o suficiente para andar na montanha-russa que sempre quis. Mas quando chega a hora, Bob Esponja fica com medo e mente, dizendo que fez um acordo com seu chefe, o Seu Siriguejo, para irem juntos. Patrick acredita na mentira e resolve ir até o Siri Cascudo buscar o chefe de seu melhor amigo para poderem enfrentar juntos o brinquedo, mas assim que chegam ao restaurante, este revela estar muito ocupado e começa a dar uma lição em Bob Esponja, dizendo que crescer alguns centímetros não o torna um “cara grande”. Ser um “cara grande” e não um “bebê chorão soprador de bolhas” se tornará a missão de Bob Esponja pelo resto do filme.
Seu Siriguejo se gaba de seus dias de glória como um marinheiro aventureiro que certa vez navegou com o lendário Holandês Voador e até exibe um certificado para provar. Bob Esponja perde o certificado sem querer e, ao tentar recuperá-lo, acaba invocando o próprio Holandês Voador. É assim que ele embarca em uma aventura marítima que o leva às profundezas do mar, onde nenhum outro Esponja jamais esteve. Assim que Bob Esponja zarpa com o Holandês Voador, o filme mergulha de cabeça em uma aventura fantasmagórica e selvagem pelas profundezas do oceano.
O que eles não sabem é que existe uma maldição que aprisiona o Holandês Voador no local mais assustador do fundo mar e ele só pode ser libertado e transformado em humano novamente com a ajuda de uma alma inocente e mágica, alguém que seja ingênuo o suficiente para embarcar num navio fantasma à deriva, navegar até o submundo e superar várias provas para libertá-lo. Enquanto Bob e Patrick estão sendo mantidos pela tripulação fantasma, Seu Siriguejo se sente responsável pela situação de seu funcionário, já que havia feito tanto alarde sobre ter conquistado seu certificado por meio de feitos heroicos no submundo. Então, ele parte para o resgate ao lado de Lula Molusco e o caracol marinho de estimação de Bob, Gary.
É a clássica bizarrice de Bob Esponja – no melhor sentido. A premissa é surreal, repleta de piadas exageradas com pequenos toques inteligentes e efeitos visuais que mantêm o ritmo acelerado. A busca por Bob Esponja garante boas risadas e a mistura de cenas cômicas com atores reais e animação híbrida, que está presente nos episódios da série e nos outros filmes há vários anos, e sua abundância no terceiro ato continua sendo criativa. As piadas são rápidas e muitas delas funcionam, alternando entre humor pastelão e referências para os fãs de longa data. O otimismo infinito de Bob Esponja e a adorável estupidez de Patrick são tão engraçados como sempre. Claro, as coisas ficam um pouco caóticas às vezes, mas esse é o charme. Quando o filme se entrega completamente ao absurdo, é difícil não rir junto.
Dito isso, o maior defeito do filme é a falta de originalidade, já vimos esse tema antes. É difícil continuar inovando na série criada por Stephen Hillenburg quando ela está no ar há mais de 25 anos, e ainda mais quando se trata do quarto filme da franquia. Bob Esponja tentando provar sua coragem ou maturidade tem sido um pilar tanto da série quanto nos outros filmes. Ainda assim, por trás dos clichês, como nos filmes anteriores do personagem, há uma lição moral a ser aprendida com este também, que possui uma mensagem fofa e bem-intencionada que diz que ser um “cara grande” significa mais do que apenas crescer um pouco ou até mesmo fingir coragem, trata-se, na verdade, de como agimos e como tratamos os outros – e também de como enfrentamos nossos medos.
Depois de filmes recentes que não agradaram tanto, Bob Esponja: Em Busca da Calça Quadrada chega na hora certa para reverter a situação, pois é uma boa opção para se divertir (com ou sem crianças). É alegre, engraçado e emocionante o suficiente para entreter tanto os fãs de longa data quanto os espectadores mais jovens que estão descobrindo o Bob Esponja pela primeira vez. Para uma franquia com mais de duas décadas de existência, não é nada mal, mesmo que esta jornada em particular não alcance o nível criativo do filme original ou do início da série.
Bob Esponja: Em Busca da Calça Quadrada chega aos cinemas em 25 de dezembro, com distribuição da Paramount Pictures.
Bom
Bob Esponja: Em Busca da Calça Quadrada é engraçado e cheio do espírito clássico do Bob Esponja, mas não traz nada de novo.