Avassaladoras 2.0 é baseado no roteiro original do filme Avassaladoras (2002), escrito por Mara Mourão, e apresenta Bebel (Fefe Schneider), uma adolescente apaixonada pelo influenciador ativista ambiental J-Crush (Murilo Bispo). De sua casa em Hollywood, ela troca mensagens com J se passando por uma atriz em ascensão. Porém, sua mãe Laura (Juliana Baroni) decide que elas irão passar férias no Brasil, onde tem sua farsa desmascarada e vê os planos com o amor de sua vida escaparem.
Agora, com a ajuda de Lu (Bibi Tatto), sua melhor amiga super sincera, e sua mãe, Bebel vai tentar reconquistá-lo. Nessa tentativa de recuperar o amor e falar a verdade, segredos vão ser revelados e mãe e filha descobrem que têm muito mais em comum do que podem imaginar.
No dia 23 de maio, participamos de uma roda de conversa com o elenco e a equipe do filme, lá batemos um papo bem descontraído com as atrizes e produtoras Fefe Schneider e Bibi Tatto. Além delas também estavam presentes Murilo Bispo, Juliana Baroni, Jeanny Soares a diretora Mara Mourão e a produtora Walkiria Barbosa.
O filme tem vários closes e quebras da quarta parede, uma escolha que a equipe revelou ter sido inspirada na série Fleabag e nos vídeos que os influencers gravam de si mesmos, com o rosto em destaque. Essa escolha foi feita para que o longa pudesse conversar com a Geração Z, seu maior público alvo. Nada melhor do que escolher duas grandes influenciadoras, com uma presença online gigantesca e quase 50 milhões de seguidores, somando suas contas, para interpretarem as personagens principais de Avassaladoras 2.0. Tanto Fefe Schneider quanto Bibi Tatto foram escolhidas por serem caras novas no cinema, assim como Murilo Bispo e Jeanny Soares, que fizeram suas estreias na tela grande e também tem muitos seguidores.
Fefe Schneider já havia trabalhado em uma produção cinematográfica antes das gravações, mas revela que esse filme foi muito especial por conta de algumas similaridades entre ela e Bebel, “eu estava passando por um momento na minha vida pessoal muito complicado, porque eu tinha acabado de perder meu pai, que era o meu padrasto. Inclusive, isso foi irônico e estranho, o destino de Deus, que é exatamente isso o que acontece na vida da Bebel. Ela mora nos Estados Unidos e eu morava nos Estados Unidos. E ela volta para o Brasil porque o padrasto dela faleceu, então é uma história que é literalmente a minha vida. Eu sinto que eu não tive muito que atuar, eu era a Bebel e a Fefe. A Fernanda, no caso, era a quase a mesma pessoa [que a Bebel]. Incluindo o sonho de ser atriz. Então, eu e ela, a gente tem muita coisa parecida”
Mara Mourão falou sobre como foi trabalhar com vários jovens sem experiência no cinema, mas com muita bagagem em termos de comunicação nas redes sociais, “eles tem uma experiência de palco virtual imensa. Então é um híbrido, né? Porque ao mesmo tempo que eles não atores experientes, eles tem uma experiência incrível de se apresentarem todos os dias na telinha. Com a Ju [Juliana Baroni] eu posso aplicar as técnicas que eu estudo. Stanislavski, Strasberg, Stella Adler, Meisner e tudo mais o que a gente estuda na direção de atores. Por outro lado, com eles eu tive que ser muito mais intuitiva. E tive que buscar a intuição deles”.
Juliana Baroni interpreta a mãe de Bebel em Avassaladoras 2.0 e falou um pouco sobre como foi descobrir quem seria a atriz que interpretaria sua filha, “a gente teve um encontro virtual com a nossa preparadora de elenco Silvia Pareja. E aí, imediatamente a gente se conectou. Ela tinha acabado de perder o pai, meu pai também faleceu em 2020. Eu olhei pra ela e eu me vi nela. Os mesmos olhos e aquele frescor, aquela vontade de aprender. Ela disse que Lua de Cristal é uma das músicas favoritas dela, um hino pra ela e pra mim também, por razões obvias. Vocês devem saber, eu fui Paquita da Xuxa. Então é um hino muito verdadeiro na minha vida e foi uma conexão muito imediata. Quando a gente chegou para gravar a primeira cenas parecia que já éramos muito íntimas porque a gente se conectou através dessas emoções, dessa trajetória, desse sonho, dessa dor de perder uma pessoa muito querida. Então, foi muita intimidade já de cara e acho que isso passa no filme”.
Walkiria Barbosa revelou que se inspiraram no marketing do filme Todos Menos Você para a divulgação de Avassaladoras 2.0 e, sem querer, ela acabou entregando que o casal principal do filme acabou virando um casal de verdade, assim como Glen Powell e Sydney Sweeney fingiam ser para a divulgação de seu filme.
Bibi Tatto vai mais a fundo no assunto, “cara, era um saco esses dois. Esses dois não se largam, toda cena os caras estão lá e a Lu tá aqui [risos]”. Ela continuou brincando “e na casa, depois da gravação, era a mesma coisa. Olha que maravilha. Aí eu ficava assistindo filme, né? Ficava fazendo minhas coisas enquanto os dois estavam lá de melação. Só queria dizer isso. Achei que eu ia ficar duas semanas vivendo com a minha melhor amiga como um sonho da Disney e eu fui abandonada”. Apesar de terem se tornado o assunto do momento e da vontade dos jornalistas de ouvirem uma fofoca, nem Fefe e nem Murilo comentaram se ainda estão juntos.
Além disso, a produtora revelou que, por conta do sucesso do primeiro filme e da série derivada, a equipe sempre teve vontade de fazer um novo filme desse universo, ainda mais por conta da história ser bastante atual. Porém, era importante fazer um filme que trouxesse uma mensagem importante, eles não queriam fazer apenas uma comédia banal. Ainda mais quando o primeiro filme causou tanto impacto e fez com que tantas pessoas sentissem liberdade para falar de assuntos como feminismo, sexo e relacionamentos. Eles também esperam que o filme faça com que as pessoas pensem em temas muito importantes como mentira e fake news afetando a vida das pessoas e como precisamos cuidar do meio ambiente. Esses assuntos são abordados pelos personagens e fazem parte da trama do filme.
“Uma coisa que me pegou muito é o fato do J-Crush ser um influenciador que realmente usa a voz dele de uma forma extremamente boa. Porque a gente vê muito hoje os influenciadores indo mais para o entretenimento e não usando aquele milhares de seguidores para uma causa. Isso me deu um despertar muito grande durante as gravações, porque eu sou influenciadora há 12 anos e durante muito tempo meu foco foi só no entretenimento. Claro que sempre que apareciam questões, como o Rio Grande do Sul, a gente dava voz àquilo. Mas eu nunca tive uma coisa que no dia a dia eu falasse. Por coincidência, ontem a gente oficializou, eu virei embaixadora do time de futsal PCD do São paulo. Então, eu espero que o J-Crush influencie outros influenciadores a fazerem o mesmo”, revela Bibi Tatto.
Walkiria Barbosa continua, “e ele vai influenciar na vida real também porque nós, além de fazer os filmes, a gente faz um dos maiores eventos de sustentabilidade, que se chama Green Nation… O J-Crush vai ter uma coluna no portal do Green Nation e depois nós vamos lançar o app de conservação de água. Ele vai fazer palestra em julho no Green Nation. Os filmes hoje, na minha opinião, eles não podem ser só um filme. Eles tem que ser um filme que se desdobra em mais coisas e que acho que esse filme nos dá essa oportunidade”.
Eles também falaram sobre o que irão fazer para tentar levar o público aos cinema. “Meu argumento é que é uma questão de física quântica. Quando mais de 60% do seu campo visual está ocupado por uma tela, ela passa a fazer parte, se torna realidade. É muito diferente de assistir no celular e na televisão”, esse é o briefing que Mara Mourão passa para os atores falarem para o possível público de Avassaladoras 2.0.
“Usar as redes sociais é o que a gente mais vai tentar fazer porque é onde eu tenho meu maior público, eu tenho 25 milhões, a Bianca tem mais 20 e poucos, somando tudo. Então, é o que a gente está tentando fazer. Eu estou enchendo o meu Instagram de Avassaladoras 2.0. Porque eu quero que as pessoas não fiquem presas só no ‘vou sentar no meu sofá e vou ver em uma telinha ou no carro’. O filme precisa disso, você precisa estar dentro dele. Porque se você está em casa sentando no sofá e alguém te manda uma mensagem, esquece, perdeu metade da concentração que você estava tendo no filme”, é o que pensa Fefe Schneider.
“Eu acho que o desafio, além das produções em si, está do lado dos exibidores também, né? Acho que o cinema como um todo está precisando se redesenhar. A experiência de assistir ao filme [no cinema] por si só já é muito diferente, mas se a gente pensar em formas de transformar ir ao cinema em coisas legais pra gente. Muito dificilmente, ou raramente, eu me junto com os meus amigos para ver streaming, mas eu vou ao cinema com os meus amigos”, completa Murilo Bispo.
“A pipoca do cinema é bem mais gostosa. A gente até tem preguiça de fazer pipoca em casa”, brinca Bibi Tatto.
“Uma das coisas que a gente tava falando é linkar a nossa vida à vida dos personagens, né? As nossas experiencias, tudo que a gente viveu no tempo de gravação, no set. As trocas com toda a equipe, também, que foi linda. Se formou uma família mesmo. E isso vai aproximar as pessoas, eu acredito. Além dessa coisa da gente usar os nossos números. Porque na verdade a gente está ali para tocar as pessoas, números não são nada, se forem cinco pessoas que ficarem com os olhinhos brilhando com a sua história vai ser lindo de qualquer forma”, revela Jeanny Soares.
Avassaladoras 2.0 chega aos cinemas brasileiros em 13 de junho de 2024, com distribuição da Star Distribution.
