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Aqui | Crítica

Aqui chega no dia 16 de janeiro aos cinemas brasileiros, entregando ao público a tão esperada reunião cinematográfica dos astros Tom Hanks e Robin Wright com o diretor Robert Zemeckis e o roteirista Eric Roth, a equipe por trás do aclamado Forrest Gump.

O conceito do filme, adaptação da célebre graphic novel de Richard McGuire de mesmo título, é mostrar uma história através da câmera em um ponto fixo no espaço, enquanto o tempo passa por ele – algo que a princípio é muito interessante. Temos fragmentos da pré-história com direito a dinossauros, passando por uma floresta com nativos americanos, indo para a sociedade colonial branca e, eventualmente, mostrando três gerações de uma família em um subúrbio de classe média.

A história da família Young é a principal dentro da trama do filme, com todos os outros elementos de flashback fornecendo apenas um pouco de contexto até que o foco se concentre neles. Paul Bettany e Kelly Reilly interpretam Al e Rose Young. Ele é um veterano condecorado da Segunda Guerra Mundial que busca investir seu salário em uma nova propriedade. Ela é uma dona de casa amorosa e de fala mansa que tem que lidar com os efeitos negativos do estresse pós traumático do marido.

Então, logo vem as crianças. O filho mais velho, Richard, cresce e se torna um Tom Hanks desajeitado e rejuvenescido por efeitos especiais. O filme segue os momentos da família vistos do ponto de vista da sala de estar da casa, incluindo o casamento de Richard com Margaret, uma Robin Wright também rejuvenescida, e sua decisão de não querer deixar o ninho da família.

Robert Zemeckis é conhecido por seu amor pela inovação cinematográfica e pela busca de novas tecnologias que possam agregar algo em seus filmes. Em Aqui, ele nos leva através dos diferentes estágios da vida dos protagonistas, sempre com os mesmos atores sendo rejuvenescidos ou envelhecidos através de algo que funciona como um filtro. Com o uso da inteligência artificial, que compilou milhares de imagens de arquivo do elenco, foi possível gerar uma maquiagem digital inovadora. Isso é algo funciona bem em alguns momentos, mas causam estranhamento em outros.

O roteiro do filme, escrito por Eric Roth, está constantemente tentando apelar para o sentimentalismo, justamente por não ter nada a dizer. É um apanhado de momentos recortados que finge ser profundo. Sim, alguns momentos conseguem ser levemente emocionantes, mas em vez de uma espécie de homenagem à passagem da vida comum, torna-se uma imitação implacavelmente extraordinária da realidade, oferecendo muito para se admirar, mas pouco para sentir.

Aqui chega no dia 16 de janeiro aos cinemas, com distribuição da Imagem Filmes.

2.5

Regular

Aqui tem um conceito inovador e muito interessante, de contar uma história que se passa através do tempo, mas em um local fixo. Porém, o grande foco da produção parece ter ficado na busca de novas tecnologias para rejuvenescer os atores e em apelar para o sentimentalismo, já que a trama não tem muito a dizer.