Primeiro trabalho na direção da atriz Tainá Müller e da artista musical e mulher trans Isis Broken, o documentário Apolo acaba ter seu primeiro cartaz oficial divulgado. Uma imagem que reflete intimidade, resistência e identidade, ao sugerir novos formatos de família.
Apolo terá sua première nacional no Festival do Rio, em competição na Mostra Première Brasil, na categoria Documentário, além de concorrer pelo Prêmio Felix. A presença na programação oficial marca não apenas a estreia pública do filme, mas sua inserção no circuito de cinema nacional contemporâneo, ao disputar ao lado de outras produções de vanguarda selecionadas pela curadoria do evento.
As sessões programadas acontecem nos dias 4/10 (sábado, às 19h15, no Estação Gávea, para convidados), 5/10 (domingo, às 13h30, no Cine Odeon, seguida de debate com a equipe do filme), e 6/10 (segunda-feira, às 16h15, no Cinesystem Belas Artes).
Apolo acompanha a jornada de uma família formada por um casal transgênero revelando as nuances do amor, da convivência e da luta cotidiana por reconhecimento e respeito. O documentário lança um olhar íntimo sobre dinâmicas familiares, e expõem a necessidade de repensar conceitos de afeto, cuidado e sociedade.
A atriz e agora cineasta Tainá Müller estreia na direção de longas-metragens com este projeto. “Durante meu tempo como repórter da MTV, sempre buscava trazer alguma poesia para as reportagens que fazia sobre música, mas os vinte anos que me dediquei inteiramente à carreira de atriz acabou deixando para trás essa minha raiz no audiovisual. Durante a pandemia foi justamente quando essa inquietação de contar histórias de forma mais autoral voltou a ‘bater na minha porta’”, conta Tainá.
A atriz e artista musical Isis Broken, além de personagem, celebra sua estreia dirigindo no cinema, que categoriza como desafiadora: “Todos os momentos tiveram suas particularidades e dificuldades, porque estávamos expondo a nossa família, que vivia um preconceito muito grande. Apesar de tudo, sabíamos que não estávamos sozinhes, tínhamos amor, coragem e o apoio de muitas pessoas que acreditam na luta por respeito e dignidade”, relembra Isis.
Para ambas, Apolo também foi motivador em contribuir para lidar com assuntos que nem sempre ganham protagonismo no debate social. Segundo Isis, “as pautas sobre famílias transcentradas, sobre maternidade e paternidade trans, precisam ser visibilizadas. É difícil, mas é também uma forma de resistência e de construção de um futuro mais justo”.
Já para Tainá, “a entidade ‘família’ é um conceito capturado no mundo inteiro hoje pela política, pois entenderam que em um mundo fragmentado, é onde as pessoas se fortalecem. Mas há uma distorção que tenta limitar esse conceito a uma caixinha de ‘normatividade’ e acho que ‘Apolo’ vem para mostrar que outros modelos familiares não só são possíveis, como merecem igual respeito”.
Apolo é produzido pela Capuri, com coprodução com Puro Corazón e Biônica Filmes, esta também distribuidora do filme, e apoio do Grand Mercure Copacabana. Realização Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Governo Federal, Ministério da Cultura e Lei Paulo Gustavo. O lançamento comercial está agendado para 27 de novembro de 2025.