Eu juro solenemente não fazer nada de bom e…filme errado! Embora estejamos ainda dentro da mesma franquia do Mundo Mágico, Animais Fantásticos está cada vez mais tomando forma e ganhando seu próprio espaço dentro do concorrido mundo dos cinemas.
Não é fácil seguir às sombras de uma das maiores sagas da história cinematográfica (11 filmes lançados, contando os mais recentes) e as comparações com o menino bruxo ainda assombram o mundo de Eddie Redmayne. Felizmente, Os Segredos de Dumbledore chega e revela o melhor filme da franquia, o divisor de águas da nova trama que virá no futuro.
Mesmo após ter sofrido com inúmeros atrasos e adiamentos decorrentes da pandemia, o terceiro filme da saga Animais Fantásticos finalmente chegou ao Brasil. Trazendo um elemento especial para os fãs brasileiros, com direito à Maria Fernanda Cândido concorrendo ao cargo de Ministra da Magia, o longa ganhou um espaço no coração antes mesmo de estrear.
Anos atrás, quando JK Rowling anunciou a continuação de Animais Fantásticos 2 e alterou sua foto de capa do Twitter para uma da Cidade Maravilhosa, os fãs foram ao delírio com a possibilidade e adivinhem? Ela chegou com estilo.
Um bom começo
Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore traz um dos melhores começos de filmes que vimos este ano, conquistando o público já nos primeiros segundos. Uma sequência de cenas que envolve Credence (Ezra Miller) atacando Newt (Eddie Redmayne), Grindelwald (Mads Mikkelsen) fazendo sua “estreia” e provando o porquê de ser considerado um dos bruxos mais cruéis que já existiu e Dumbledore finalmente confessando ter sido apaixonado pelo rival, surgem antes mesmo do nome do filme aparecer na tela.
Vagando entre Inglaterra, Alemanha e Butão, o novo longa da franquia Animais Fantásticos chega para se revelar o melhor de todos os três lançados até agora. Continuando de onde o segundo filme nos deixou, a história retoma o relacionamento de Alvo Dumbledore e seu antigo rival, mas diferente do que os fãs temiam, o amor entre os dois não fica nas entrelinhas e é escancarado em pleno salão de chá. Primeiro ponto para Animais Fantásticos!
O retorno à Hogwarts
Como o trailer já tinha anunciado, Jacob Kowalski agora é o primeiro No-Maj a receber uma varinha, ir a Hogwarts (já no final do filme) e ainda lutar ao lado dos bruxos em uma guerra. O personagem de Dan Fogler mais uma vez mostra o porquê de ser um dos favoritos dos fãs, mesmo em um cenário composto por bruxos e bruxas extremamente poderosos. Confortável no papel, Jacob chega para ser o melhor amigo de Newt, o marido de Tina e o mais novo queridinho de Alvo Dumbledore…tudo isso para um morador do Queens.
E por falar no diretor de Hogwarts, Animais Fantásticos já revelou sua importância ao trazer o sobrenome de Alvo em seu trailer. Cada vez mais, Dumbledore vai tomando conta do enredo de Animais Fantásticos e deixando Eddie Redmayne muitas vezes como coadjuvante. Graças a um belo trabalho de Jude Law e uma bela estreia de Mads Mikkelsen – falaremos dele mais tarde -, o mais novo casal do Mundo Mágico tomou conta da franquia e o público pede por mais cenas de Dumbledore e Gellert Grindelwald.
Sai Depp, entra o terrível Mads
Se de um lado Jude Law tomava conta do grupo de mocinhos, os vilões também não ficaram para trás. Mads Mikkelsen assumiu o difícil desafio de entrar no lugar de Johnny Depp como o Grindelwald, em uma franquia onde o ator de Piratas do Caribe já havia conquistado seu espaço. Ao final de Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore, é possível dizer que a ausência de Depp não é sentida um momento sequer, tamanho é o controle que Mikkelsen demonstra sobre o personagem. E se um dia tememos Voldemort, a crueldade de Grindelwald é digna de aplausos.
Uma Sala Precisa cheia de referências
Os dois primeiros filmes da franquia Animais Fantásticos trouxeram suas referências, como Minerva, Hogwarts e Leta Lestrange, mas nada que preparasse o fã para o que veio no terceiro filme. Os Segredos de Dumbledore é para fã nenhum botar defeito, pois a franquia Harry Potter aparece até nos mínimos detalhes. Desde o pomo de ouro que Harry pegou com a boca em Pedra Filosofal, até pequenas versões do Livro Monstruoso dos Monstros, o filme vaga pelo futuro, mas mostra as raízes no passado da franquia original, sem se tornar dependente dela.
Animais Fantásticos 3 é um divisor de águas na franquia, encerrando o ciclo de Credence, que finalmente ganha uma identidade (e Grindelwald não estava mentindo). Não é possível confirmar o retorno de Ezra Miller no quarto filme após o desfecho de seu personagem, mas a franquia está pronta para abraçar de vez a história entre Dumbledore e Grindelwald. Como já era esperado, o pacto de sangue foi desfeito e o início do fim começou.
É tetra! Boa Brasil!
É impossível sair da sala de cinema sem sentir um quentinho no coração por ser brasileiro. Maria Fernanda Cândido aparece pouco, como já esperávamos, mas surpreende em sua importância e traz até mais do que imaginávamos. Ela bate de frente com Grindelwald, pode ficar orgulhoso! Por mais que tenha apenas uma fala, a atriz é peça fundamental do desfecho do filme e cria até mesmo um gancho para um possível retorno.
Mesmo que não volte, Maria Fernanda Cândido colocou o Brasil no mapa do Mundo Mágico e isso é algo que todo fã deverá valorizar.
Um ótimo filme
Além de todos os motivos mencionados acima, Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore se revela um ótimo filme, com efeitos visuais incríveis e uma fotografia ainda mais bonita. Paisagens paradisíacas, como a prisão de Numengard, moldam o colorido do mundo bruxo, que diferente do que Harry Potter nos mostrou, pode ser predominantemente em tons pastéis. Uma trilha sonora impecável mantém a tradição dos filmes do Mundo Mágico e é a cereja do bolo para uma ótima produção.
O filme traz seus defeitos, afinal, é uma história em constante melhora, mas precisamos considerar aqui que a trama foi pensada para cinco filmes e estamos apenas no terceiro.
ÓTIMO
Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore se revela um ótimo filme, com efeitos visuais incríveis e uma fotografia ainda mais bonita.