Crítica | A Garota no Trem se destaca por boas performances e uma direção sólida

poltrona-a-garota-no-trem-posterA Garota no Trem é um suspense instigante, que aproveita o embalo do excelente A Garota Exemplar com uma mulher no centro da história. Inspirado no romance de Paula Hawkins, o longa dirigido por Tate Taylor (Histórias Cruzadas) se destaca por performances sólidas e um roteiro envolvente.

A trama acompanha a alcoólatra divorciada Rachel (Emily Blunt) que constantemente pega o trem de ida e volta de Nova York para Connecticut durante todo o dia para que ela possa manter o olho em seu ex-marido Tom (Justin Theroux) e sua nova esposa Anna (Rebecca Ferguson) e o bebê com quem ela é aparentemente obcecada. Lentamente sua obsessão passa para a jovem Megan (Haley Bennett) que mora ao lado com seu companheiro (Luke Evans). Criando uma vida fantasiosa e sofrendo de apagões por conta da bebedeira, Rachel se encontra no meio de uma investigação quando Megan misteriosamente desaparece, se tornando a principal suspeita do sumiço da jovem.

O ponto alto de A Garota no Trem é mostrar ao público que nem tudo é que o parece. Com isso, o roteiro trabalha com eficiência ao usar cenas de idas e vindas antes do desaparecimento de Megan, mostrando o lado obscuro de cada personagem. O olhar profundo nas três mulheres da trama apresenta lampejos daquele suspense psicológico de Hitchcock usava com maestria.

A mão sólida de Tate Taylor rende performances fortes e avassaladoras, principalmente, de Ferguson e Bennett. Blunt é prejudicada por seguir um maneirismo que se torna irritante quando interpreta Rachel no estado alcoólico. Mas, no ato final, a atriz apresenta um excelente desempenho. Este mesmo ato, é o ponto falho do filme, quando se perde em estabelecer a presença de um herói e vilão para que o público possa torcer, quando forma tão bem que todos estes personagens são disfuncionais e problemáticos. Enfim, para a maioria de filmes do gênero em Hollywood basta eliminar um único elemento que foi o motivo de toda a ruína para que tudo se resolva. Aquela velha história do “final feliz”.

Ao final, A Garota no Trem é um interessante suspense que se sustenta pela atmosfera investigativa e psicológica que o diretor soube muito bem utilizar. Vale a pena conferir e tentar desvendar o mistério com Rachel.