Licorice Pizza Licorice Pizza

Licorice Pizza | Crítica

Divulgação / Universal

Licorice Pizza é o novo longa do aclamado diretor Paul Thomas Anderson. Essa comédia romântica conta história de Alana Kane e Gary Valentine, que se aventuram no primeiro amor enquanto tentam encontrar seu lugar no mundo.  

Licorice Pizza
Divulgação / Universal

Na trama, o jovem estudante e ator prodígio Gary Valentine (Cooper Hoffman) se apaixona pela assistente de fotografia Alana Kane (Alana Haim) que está trabalhando na escola onde Gary estuda.

A partir desse primeiro encontro, Gary, de 15 anos, tenta conquistar Alana de todas as formas enquanto a garota, em torno de seus 25 anos, tenta estabelecer limites procurando manter essa relação apenas como uma amizade, mas acaba correspondendo aos sentimentos de Gary.

Baseado em histórias do diretor e de seus amigos e ambientado no Vale de São Fernando em 1973, Licorice Pizza é um clássico coming of age que vai dividir as opiniões dos espectadores, ou você vai amar o novo longa de Paul Thomas Anderson ou vai odiá-lo.

De um lado temos cenários e situações que podem ter sido consideradas normais no início da década de 70, onde o filme se passa, mas para os espectadores de 2022 acabam sendo incômodas e até mesmo dispensáveis.

Como principal exemplo temos a diferença de idade do casal principal que conforme vamos conhecendo os personagens e nos apegando a eles, esse detalhe acaba se tornando “uma pulga atrás da orelha” onde ao mesmo tempo que torcemos para que eles fiquem juntos sabemos que essa situação é errada.

Outro momento que pode gerar um sentimento incomodo nos espectadores são duas cenas que usam o estereótipo de que asiáticos são todos iguais como gancho para humor. No entanto, o filme tenta usar essas falas, que são repetidas duas vezes ao longo da trama, como forma de mostrar que o personagem fazendo essas piadas é uma pessoa ruim, porém a situação não é recebida dessa forma pelos espectadores.

Licorice Pizza acaba se estendendo em sub-tramas que, apesar de algumas serem divertidas, pouco servem para avançar a história principal entre Alana e Gary. Como consequência de dedicar boa parte do filme para elas, Licorice Pizza acaba tendo um final que parece ter sido feito as pressas com o único intuito de acabar o longa e dar um desfecho para o casal principal.

Apesar desses pontos que podem distanciar os espectadores da trama, Licorice Pizza tem seus acertos. Sendo um deles a direção de arte, a ambientação setentista do longa é tão assertiva que esquecemos que estamos em 2022 e entramos de cabeça no filme como se fizéssemos parte do grupo de amigos.

Outro acerto, e o maior deles, é a escolha do elenco onde todos surpreendem seus papéis, sejam eles protagonistas ou coadjuvantes. Em especial os protagonistas e estreantes Alana Haim, que faz parte do grupo musical HAIM e que já trabalhou ao lado de Anderson em diversos clipes do grupo, e Cooper Hoffman, filho do genial ator Philip Seymour Hoffman era conhecido pelas diversas parcerias com o diretor.

Os coadjuvantes também chamam muita atenção em seus papéis nas diversas sub-tramas que o filme apresenta. Bradley Cooper brilha no papel do ex-cabelereiro e maquiador, Jon Peters, que se tornou um dos maiores produtores de cinema da história por suas atitudes polêmicas e por seus relacionamentos com as maiores atrizes da época.

No geral, Licorice Pizza acaba parecendo um recorte de histórias contadas por Paul Thomas Anderson sobre sua infância e adolescência sob movimentos de câmera e trilha sonora impactante mais do que um filme em si. Apesar disso o acerto do elenco, da ambientação e da trilha sonora fazem a experiência valer a pena.

3

BOM

Licorice Pizza acaba parecendo um recorte de histórias contadas por Paul Thomas Anderson sobre sua infância e adolescência sob movimentos de câmera e trilha sonora impactante mais do que um filme em si. Apesar disso o acerto do elenco, da ambientação e da trilha sonora fazem a experiência valer a pena.