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Conversamos com Ademir Ferrari, diretor de marketing da asmodee

No último fim de semana, 13 e 14 de setembro, aconteceu o asmodee Fest, evento que reuniu os fãs de board games, card games e TCGs. No sábado, foi realizado o Spoiler Fest, evento no qual os fãs puderam jogar os lançamentos que chegarão ao Brasil nos próximos meses. Foram mais de 90 mesas divididas em duas áreas, a primeira com grandes apostas da editora e jogos mais complexos em que era preciso realizar o agendamento para conhecer, já a segunda contava com jogos mais rápidos, mas não menos divertidos, em que era possível chegar e jogar. No domingo, foi a vez do TCG Arena, um evento focado nos jogos Altered, Pokémon e Star Stars: Unlimited, que contou com campeonatos e também mesas para iniciantes conhecerem esse universo de trading card games.

Além das muitas horas de jogatina em ambos os eventos que compuseram o asmodee Fest, os participantes também puderam fazer tatuagens na área de flash tattoo, se deliciar com Kit Kat, conhecer os produtos da Sunny Brinquedos e comprar alguns dos jogos antes deles chegarem ao mercado. Inclusive, a loja é um ponto alto para o público hobista, que esgotou alguns dos títulos já nas primeiras hora de evento.

Durante o asmodee Fest, conversamos com Ademir Ferrari, diretor de marketing da asmodee, que deu alguns detalhes de como funciona o trabalho da editora, falou sobre as mudanças recentes e comentou sobre o futuro do evento. Confira esse bate papo:

Bruna Dolores (Poltrona Nerd): A Galápagos já fazia parte do grupo francês asmodee desde 2018, mas agora, em setembro, oficialmente passou a usar o nome e tudo mais. Pro consumidor final, além do nome e da identidade visual, muda mais alguma coisa? 

Ademir Ferrari (asmodee): Não muda nada. A gente vem mudando já há um tempo, né? Fazer parte do grupo mundial começou a dar acesso à mais estúdios, à mais investimento, à mais estrutura, à mais cobrança também, de ter planejamento, de ter uma estrutura que corresponda à expectativa que tem lá fora. Mas agora, como marca asmodee mesmo, a gente começa a ser mais global. E isso significa que a gente começa a tentar trazer um pouco do que acontece lá fora para cá, mais do que o normal. A gente também abriu as asas, saiu um pouco mais do casulo. A Galápagos, ela nasceu num universo muito nerd, muito geek, com DNA muito expert de board game.

E a gente agora, já há três anos, bem antes da gente começar a pensar em transformar o nome, a gente vem decolando para ter loja de brinquedos, estar na Amazon, no Mercado Livre, tem muitos outros canais onde a gente começa a colocar o jogo… na mesa da família, na mesa dos amigos, no churrasco. Então, ir para fora, virar asmodee, tem a ver com acelerar esse processo.

Bruna Dolores (Poltrona Nerd): A equipe do Brasil mudou? Veio alguém de fora?

Ademir Ferrari (asmodee):  É, me perguntaram bastante se mudou, se agora vai vir uns gringos e dominar tudo. Não mudou nada, não mudou o presidente, não mudou a diretoria, não mudou o funcionário. Então, o que a gente vem fazendo de mudança estrutural é justamente para ter o portfólio certo, no lugar certo, mas ainda não tem gringo no time brasileiro. Então, a gente está mudando a marca, não está mudando a estrutura. Perguntaram também se a gente está integrando, se vai virar América Latina. Não! Tem asmodee Chile, tem empresas muito bem separadas.

Bruna Dolores (Poltrona Nerd): No começo do ano, quando teve a outra edição do Spoiler Fest e do TCG Arena a gente conversou sobre o crescimento do mercado. E você me falou que na pandemia tinha dado um boom, depois acalmou um pouco, mas que continuava um mercado bem legal ainda. Nesses últimos seis meses, desde da última edição, continua assim?

Ademir Ferrari (asmodee):  Sim. O que a gente tem sentido, aquele boom da pandemia, é justamente aquele momento em que todo mundo parou e em seis meses cansou de videogame, de Netflix e começou a querer buscar outras coisas. Aquele pico que aconteceu, onde todo mundo procurou alguma coisa diferente. Só que, voltado para o ritmo normal, ainda é um ritmo de crescimento muito grande, porque a gente vê muito isso na atuação dos outros canais.

Então, na loja de brinquedo, a gente vê que quando eu mostro o Dixit, ele brilha, mesmo estendo há dez anos do mercado atuante aqui,  porque ele é diferente, ele quebra regras de quem está acostumado com décadas de outros jogos, né? Quando eu vou para uma Amazon, alguns party games, alguns jogos, tanto o Brick Like This que a gente acabou de lançar, em parceria com a Lego, quanto o Hitster, que a gente vai lançar agora no fim do mês, eles têm muito feat com o público mais jovem, que quer ou levar o jogo para a família, ou levar um jogo de churrasco para uma festa. Então, essa demanda de sair da tela, de ter momentos de congregação físico mesmo, de olho no olho, ele só está crescendo, a gente só está vendo isso crescer.

Desde uma ligação com saúde mental, até uma ligação realmente de conexão. Eu quero sair um pouco de casa, eu quero encontrar as pessoas. Então, essa tendência, eu acho que ela está impulsionando não só o mercado de jogos, mas mercado de eventos, mercado de shows mesmo, a gente está vendo muito isso.

Bruna Dolores (Poltrona Nerd): Além dos jogos de tabuleiro, vocês também tem RPG e TCG no catálogo. Eu percebi que nos últimos meses, no Instagram e outras redes sociais, teve um aumento da divulgação do TCG. Vocês estão participando de eventos, campeonatos e tudo mais. Esse mercado também está crescendo?

Ademir Ferrari (asmodee):  Sim, o mercado de TCG, ele está crescendo, ele está fervilhando. Então, a gente trazer Pokémon como parte do portfólio principal da asmodee, ele não é à toa. Pokémon para asmodee lá fora é gigante. Ele só não estava no portfólio aqui do Brasil. Então, o Pokémon está presente, que é um jogo consolidado, o Magic, que a gente trabalha há muito tempo e mesmo Star Wars Unlimited, que é um jogo nosso, novo, a gente tem fomentado muito porque o TCG, ele é um pilar da asmodee lá fora e se tornou um pilar nosso aqui, a gente foi construindo isso.

Então, hoje, dá para você olhar board bames como um dos pilares e o TCG como um outro mundo, que também é pilar. E a gente está cruzando esses dois mundos, como hoje no asmodee Fest.

Bruna Dolores (Poltrona Nerd): E esse terceiro mundo, o do RPG, tem plano de entrar para o asmodee Fest?

Ademir Ferrari (asmodee):  A vinda do D&D… a gente conseguiu trazer o D&D de volta. Ele é muito central nisso, porque o D&D viabiliza muita coisa. Ele é o maior RPG do mundo, disparado, o segundo não chega nem perto do D&D. E a gente já vinha construindo toda uma base de Vampiro: A Máscara, depois o Lobisomem, todo o World of Darkness ali. Para a gente poder ter, realmente, toda uma nuance que existe com o World of Darkness na nossa mão. O D&D, ele vem para formar essa dupla, e o Arkham Horror, que é um RPG da asmodee, que está sendo lançado já há um ano e pouco, a gente vai trazer também como uma tríade.

Então um terceiro pilar do RPG, que tem um volume de vendas muito diferente, uma estrutura, uma dinâmica muito diferente. Mas o que você pode esperar da gente em 2026 para frente, é realmente olhar para esses três pilares. Esse pilar de games é onde a gente espalha os jogos pelo Brasil. O pilar de TCG, que a gente se integra nessa coisa que está fervilhando, não só no Brasil, mas no mundo. E o RPG voltar para a cena justamente dessa vez no D&D.

Bruna Dolores (Poltrona Nerd): Sobre o asmodee Fest. É um evento com dois dias completamente diferentes. Como vocês planejam essa organização de um evento para públicos totalmente distintos?

Ademir Ferrari (asmodee):  A gente experimentou muito. O asmodee Fest, se a gente voltar, ele começou como um Spoiler Fest, que era um momento dos anúncios e ele foi virando esse monstrinho que ele é hoje. Esse formato de evento que a gente está vendo hoje, talvez seja o último formato desse tipo, porque agora a gente tem um grande desafio dele ser anual. Então a gente vai ter um ano para entregar o próximo evento. E esse um ano depois, ele precisa ser um evento que quebra barreiras.

Então a gente tem o desafio de como ele pode ser maior, sem perder essa característica de experiência exclusividade. Como é que eu dou exclusividade, talvez para níveis diferentes? Como que eu torno ele mais acessível? Como eu torno mais VIP para quem quer a parte mais VIP? Então isso é um grande desafio de, como um evento flagship de uma empresa, ele precisa ser um marco anual, nesse caso, né?

E como que ele vira um marco anual para um grupo muito grande de pessoas, ele não fica simplesmente um evento de nicho que acontece anualmente? Então, uma visão que a gente está discutindo muito é sobre isso, como que talvez eu tenha mais dias de board game, TCG esteja no meio e eu trago RPG para cá também. Então o que vocês podem esperar da próxima edição é que ela vai ter transformações. Transformações que eu acredito que vão botar todo mundo junto, no mesmo momento e por mais tempo, porque a gente acompanha que a galera quer jogar, quer interagir por mais tempo, né?

Bruna Dolores (Poltrona Nerd): Além do asmode Fest, vocês também tem eventos de première que acontecem de vez em quando, nos lançamentos de jogos. A gente pode esperar mais desses eventos?

Ademir Ferrari (asmodee): A gente está fazendo… A gente fez o Brick like This como um evento mais exclusivo para influenciadores. O evento que vai acontecer com o Hitster vai ser muito parecido, nessa mesma lógica. Mas a gente vai passar agora para o planejamento do ano que vem e a nossa ideia é revisitar como a gente vê evento em praticamente três níveis.

Um nível muito proprietário, que é ter um evento como asmodee Fest, estar num DOFF, estar na CCXP, por exemplo, que é de investimentos grandes, mas que são muito potentes mesmo. E ter um nível de apoio, né? Como é que eu consigo apoiar pequenos eventos de alguma forma. Por exemplo, um evento de RPG que vai acontecer no Rio de Janeiro, como é que eu consigo apoiar sem ter que levar uma estrutura, levar funcionário, por aí vai. Então, nível de apoio é um item. E ter um nível intermediário, que é onde ideias podem vir de uma loja, ideias podem vir do público mesmo, de grupos de ativação, que a gente pode transformar em alguma coisa. A première foi perto disso, a gente ainda vai ver se a gente continua no formato de première como era, se a gente amplia, né?

Então, por exemplo, eu poderia ter première para lojas… uma première mais robusta para algumas lojas e uma première mais pontual espalhada pelo Brasil, né? Então a gente também está conversando sobre como eu consigo ter umas explosões de apoio e de uma première mais espalhada e ter um nível intermediário. Então a gente vai revisar muita coisa sobre isso, o que vocês podem esperar é que a gente vai estar mais presente. A gente vai estar mais presente, mas não necessariamente da mesma forma.

Bruna Dolores (Poltrona Nerd): O Brick Like This, que é um dos lançamentos mais recentes, ganhou bastante destaque, talvez por ser em parceria com a Lego e também por ser um jogo que alcança vários públicos, não só hobistas, mas também família e amigos. Além dele, quais outros jogos vão ter muito destaque até o fim do ano?

Ademir Ferrari (asmodee):  Acho que dá para pegar nessa lista… o Brick Like This é um marco mesmo. Porque a gente lançou o Monkey Palace no ano passado, e foi o primeiro jogo nessa parceria nova com a LEGO. E ele é um jogo que continua no catálogo, é sensacional. Mas ele é bem um primeiro passo estratégico de uma família jogando. O Brick Like This, ele coloca a família para brincar no primeiro minuto, então o poder de potencializar e botar todo mundo para jogar, é muito similar de um Dobble, por exemplo. Então, ele vira um marco, nesse momento. Eu tenho certeza que vai ter muita família jogando o Brick Like This no fim de ano.

Agora, no fim de setembro, a gente lança o Hitster. Ele é um jogo ligado à música e a gente conseguiu negociar para ter mais ou menos 20% de músicas brasileiras. Então, a gente já está trazendo no jogo uma versão integrada para o Brasil. Também… música, Brasil e brincar tem tudo a ver. Então, deve também ser um momento de febre. Agora, neste fim do ano, a gente vai lançar também o Setup, que ele é tipo aquele jogo que você jogaria na praia, com a família, depois de um dia de curtição ali. Então, presta atenção nesse jogo, chama Setup, ele vai tomar devagarzinho um espaço.

E eu também vou destacar o Exploding Kittens, que vocês já conhecem o jogo de cartas, mas a gente está trazendo a versão board game. Ele tem um tabuleiro que mexe no meio do jogo. A gente inclusive está vendendo ele, trazendo ele aqui no nosso evento pela primeira vez. Ele vai ser lançado só em outubro. Então, esse também é um jogo que, para o fim de ano, a gente vai conseguir atender os amigos, a família e uma galera que quer um joguinho com uma malícia um pouco maior.

Bruna Dolores (Poltrona Nerd): Pra finalizar! Pra alguém está começando agora, quais três jogos da asmodee são ideais para entrar no mundo dos board games.

Ademir Ferrari (asmodee): Eu vou separar os três jogos em níveis, porque eu acho que, por exemplo, o Dobble, ele é uma brincadeira rápida, que você devia, com certeza, colocar na mesa. Mas ele não é um jogo para sentar e jogar. Então, com certeza, eu olharia muito para o Azul. O Azul, assim, o que eu vejo mais é relato de filha jogando com a avó, com o pai… a mistura de geração é muito legal. E o Azul, a gente tem a versão grande, mas tem a versão que é muito acessível, a pocket, que você consegue levar na bolsa e é mais barato, inclusive, mas é o mesmo jogo. Então, o Azul, tem que marcar presença.

Eu colocaria o Dixit, porque é muito histórico o quanto o Dixit quebra a sua noção e faz a sua cabeça pirar e torna você criativo sem você precisar ser criativo. Você, sem querer, fica criativo. E para fechar, eu realmente colocaria o Brick Like This. Eu vou roubar, o Brick Like This e o Hitster. Se você tivesse a paixão por LEGO, o Brick Like This vai ser o cara que vai te impulsionar, mas se você tem uma vontade de chegar para os seus amigos e fazer uma festa, o Hitster vai fazer isso, você vai conseguir introduzir um jogo sem ser a coisa chata de “ah, mas a gente vai jogar alguma coisa?”, “não, a gente vai se divertir com alguma coisa.

Bruna Dolores (Poltrona Nerd): Não precisa nem ler o manual.

Ademir Ferrari (asmodee): Você começa jogando, é só botar o Spotify tocar praticamente.

 

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