Crítica | 007 Contra Spectre resgata principal organização criminosa da franquia

007 Operação Skyfall foi a maior bilheteria da franquia do espião mais famoso do mundo. Sendo assim, 007 Contra Spectre tinha que buscar ser um filme com, pelo menos, o mesmo nível para se sair tão bem na bilheteria e, provavelmente, encerrar a era do atual James Bond. Felizmente, o filme consegue superar a qualidade do anterior e entregar uma trama extremamente divertida e com uma ação digna dos melhores filmes do agente secreto.

A história do longa tenta amarrar todos os acontecimentos dos filmes anteriores sob os tentáculos da organização Spectre, que foi imortalizada pelo vilão Blofeld que aqui é vivido por Christoph Waltz. Apesar de ser uma ideia interessante e até de certa forma bem construída no filme, essa conexão destoa de todas as outras histórias de James Bond, que eram isoladas e sem grandes ligações umas com as outras. A interpretação de Waltz é boa, mas muito aquém das melhores do ator. Já o vilão vivido por David Bautista é totalmente esquecível, o que se exterioriza no número de falas do ator: apenas uma. Ainda sente-se falta do viés mais cartunesco que imortalizou vários vilões da franquia de 007 aliás, esse é um problema da franquia de Daniel Craig que sempre primou por um realismo desnecessário.

O filme também levanta algumas questões relacionadas com a famosa licença para matar do espião. Grande parte disso se dá pelo relacionamento de James com Madeleine Swann (Léa Seydoux), a Bond Girl da vez. Entretanto, o tema é muita mal desenvolvido na trama e em nenhum momento parece que, de fato, 007 se sente desconfortável com seu passado ou suas ações.

Em relação aos efeitos especiais, o filme não decepciona de forma alguma. A cena de perseguição que ocorre em Roma é excelente e brinca com alguns elementos da mitologia do personagem como, as armas no carro. Mas a cena que mais tira o fôlego, é da Áustria, na qual Bond persegue os terroristas com um avião.

Essa é de longe a melhor atuação de Daniel Craig como 007. O ator inglês consegue transpor todo o charme e o perigo inerente da personalidade do espião. O Q vivido pelo ator Ben Whishaw consegue entregar um bom personagem que é responsável por várias cenas cômicas junto com Eve Moneypenny (Naomie Harris). Outro ponto digno de elogio são as excelentes locações do filme. A cena de abertura que se passa durante o dia dos mortos na cidade do México é impecável assim como, as tomadas rodadas em Roma e na Áustria.

007 Contra Spectre consegue encerrar a passagem de Daniel Craig na pele do personagem criado por Ian Fleming, mas ainda é possível uma continuação pela forma como o filme acabou e, apesar de alguns problemas narrativos, o filme entrega uma das melhores aventuras da atual fase de James Bond, sendo superado apenas por Cassino Royale.

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  • Bom
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Resumo

007 Contra Spectre consegue encerrar a passagem de Daniel Craig na pele do personagem criado por Ian Fleming, mas ainda é possível uma continuação pela forma como o filme acabou e, apesar de alguns problemas narrativos, o filme entrega uma das melhores aventuras da atual fase de James Bond, sendo superado apenas por Cassino Royale.