No último fim de semana, 15 e 16 de fevereiro, aconteceu o Galápagos Experience, evento que reuniu os fãs de board games, card games e TCGs. No sábado, foi realizado o Galápagos Spoiler Fest, evento no qual os fãs puderam jogar os lançamentos que chegarão ao Brasil nos próximos seis meses. Foram mais de 90 mesas divididas em duas áreas, a primeira com grandes apostas da editora e jogos mais complexos em que era preciso realizar o agendamento para conhecer, já a segunda contava com jogos mais rápidos, mas não menos divertidos, em que era possível chegar e jogar. No domingo, foi a vez do Galápagos TCG Arena, um evento focado nos jogos Altered e Star Stars: Unlimited, que contou com campeonatos e também mesas para iniciantes conhecerem esse universo de trading card games.
Além das muitas horas de jogatina em ambos os eventos que compuseram o Galápagos Experience, os participantes também puderam fazer tatuagens na área de flash tattoo, experimentar o novo sabor de Kit Kat e também as batatas McCain, desfrutar de uma área de descanso da Turma da Mônica e comprar alguns dos jogos antes deles chegarem ao mercado. Inclusive, a loja é um ponto alto para o público hobista, que esgotou alguns dos títulos já nas primeiras hora de evento.
Durante o Galápagos Spoiler Fest, conversamos com Ademir Ferrari, diretor de marketing da Galápagos, que deu alguns detalhes de como funciona o trabalho da editora e sobre o evento. Confira esse bate papo:
Bruna Dolores: A Galápagos é uma das maiores editoras do Brasil e traz para o mercado nacional uma grande quantidade de jogos todos os anos. Como é o processo de escolha de quais jogos vocês vão importar e quais produtos nacionais vão lançar?
Ademir Ferrari: Essa pergunta é ótima e complexa porque a própria Galápagos não está só em um mercado. Você vai encontrar a Galápagos em lojas de brinquedo no shopping, na Amazon, no Mercado Livre, na livraria, em lojas de hobby, agora nas lojas de TCG também. Então é bem complexo, porque se eu for trazer produtos para todos os mercados na mesma intensidade, a gente teria que quadruplicar o número de lançamentos, que já é alto. Então, a gente tem evoluído muito em entender o que é mais interessante para aquele mercado e começar a experimentar com uma parte de produtos mais do catálogo forte da Galápagos.
Catálogo forte eu estou falando de Dixit, Ticket To Ride, Azul. E experimentação eu estou falando de jogos mais presenteáveis, aí entra uma versão do Dobble franquias, como o da Turma da Mônica, que a gente vai lançar, ou Disney que ter sido uma parceiro muito forte pra gente. Se eu vou pro hobby, eu preciso ter um jogo expert que seja mais pesado, nos lançamentos atuais tem Skyrise e Rumble Nation. São jogos que sempre vão aparecer, assim como teve o Frosthaven, que tá todo mundo esperando e a gente deve lançar em breve. Esses são produtos muito específicos, eu não vou conseguir botar o Frosthaven em uma loja de brinquedos, assim como não faz sentido eu encher a loja de hobby com todos os tipos de Dobble. Administrar esse catálogo, essa estratégia, tem sido nosso grande desafio dos últimos dois, três anos.
Bruna Dolores: As outras editoras não fazem isso, mas a Galápagos envolve seu público nos lançamentos, principalmente através do Spoiler Fest. Como surgiu a ideia de incluir o público nesse longo processo e qual tem sido o resultado disso pra vocês?
Ademir Ferrari: O Spoiler Fest surgiu dentro do universo do hobby na pandemia, quando a gente tinha muita muitos anúncios para fazer, mas esses anúncios eram muito picados. A gente ia pra rede social para apresentar o jogo e a galera acha bom. Aí na semana seguinte apresentava mais um jogo e ficava muito segmentado. E tinha muitos lançamentos. A gente precisava unificar isso e dar mais relevância para o momento que as pessoas descobrem que esses jogos existem. A gente não conseguia fazer comunicação tão segmentada de tudo e ter algum tipo de profundidade. Então surgiu disso. Mas, depois da pandemia, a gente viu que a galera não só queria saber, mas que os eventos começaram a reflorescer. A galera queria sair de casa e voltar a viver experiências que eles já viviam antes.
Nisso a Galápagos já estava passando por um processo de furar mais a bolha. A gente estava indo para as lojas de brinquedo pra valer e a gente estava crescendo muito na Amazon. Era muito natural a gente buscar uma plataforma que a gente conseguisse manter o DNA do hobby, mas que começasse a colocar o pézinho em algo que desse mais voz no mercado de que a Galápagos é relevantes. Então você vai ver hoje aqui lançamentos muito inéditos que muitas pessoas no mercado não saberiam o que é, até lançamentos que acabaram de sair ou vão sair semana que vem e que estão disponíveis aqui para jogar. Afinal, não é porque foi anunciado que as pessoas sabem que ele existe, que está pronto e está disponível. Então a gente deve estabilizar agora o tamanho do Spoiler Fest para ser uma plataforma que dá visibilidade no mercado. A ideia é não ser nem tão hobista, mas também não ser um evento como a CCXP, com muita ativação.
Bruna Dolores: Jogos de tabuleiro sempre foram muito populares e praticamente todo mundo jogou War, Jogo da Vida e Banco Imobiliário. Mas, nos últimos anos, parece que interesse por novos jogos tem crescido. Como tem agido o mercado? Realmente as pessoas tem jogado e comprado mais jogos de tabuleiro?
Ademir Ferrari: Sim, a gente teve um crescimento muito alto na pandemia. A procura por entretenimento que fosse viável em casa foi muito alta. Aí estabilizou pós pandemia. Tinha tido um crescimento muito acelerado, aí estabilizou. Só que esse movimento ele trouxe muita gente nova pro universo do jogo. Uma coisa que antes você veria… aqui mesmo é um pouco mais concentrado, mas três anos atrás você via só hobista. Hoje você vê o hobista que envelheceu e está com um filho de doze anos ou com o pai ou com uma tia mais velha. É pro hobista, mas agora expande para a família. E até nos lançamentos dá pra reparar bastante nisso, tem muito lançamentos para a família.
E não família no sentido de banalizar, é no sentido de que dá para jogar com os amigos, mas levar para casa e jogar com a família. O Azul é um exemplo disso, tem gente que joga com a avó, que adora porque lembra algum jogo mais antigo. Tem estado muito em alta uma pessoa do board game comprar o jogo que ela joga com os amigos experts, mas também comprar jogo para jogar com a família. Isso é tendência total. Se você passar um filtro aqui, metade dos lançamentos são desse tipo de jogo. O Azul é isso, o Setup, o Happy Mochi. É muito isso, você sair do porão e botar a família pra jogar junto.
Bruna Dolores: Se alguém que está começando no hobby te pedisse indicação de três jogos da Galápagos para mergulhar nesse universo dos board games, quais você indicaria?
Ademir Ferrari: Pra uma pessoa que nunca jogou board games? Eu recomendaria o Dixit, que não é uma experiência que ele não vai relacionar com War e Banco Imobiliário, não tem nada a ver com isso, mas ele já vai te introduzir nessa experiência do board game moderno. O Dixit com certeza. O Ticket To Ride é uma das maiores portas de entrada para esse universo. E o próprio Azul, que é também uma figura que é bonita, é tátil, é visual, é gostoso. Você vai tomando um café, se é de café ou tomando uma cerveja, se é de cerveja, e vai jogando. Mas um jogo que tem crescido muito, principalmente com a galera mais jovem, é o Exploding Kittens, que é um jogo de ferrar o amiguinho, meio nonsense. Ele tá vendendo muito bem até em loja de brinquedo, o que não era esperado pra um jogo que é um jogo de cartas.
Além de conversar com Ademir Ferrari, também tivemos a oportunidade de jogar alguns dos lançamentos e futuros lançamentos da Galápagos, foram eles Harmonies, O Jogo dos Sons, Sagrada, Dobble: Turma da Mônica, Azul Duel, Monkey Palace, Marvel United: Multiverse, Heat com a expansão Chuva Forte e Prey Another Day. Logo eu volto para contar mais sobre cada um deles. Fique de olho aqui no site.