Dia #3 | Tomando as rédeas da sua ideia

Recentemente tenho feito as mais diferentes descobertas sobre minha segunda escolha de carreira. Sim, segunda escolha. Como falei antes, escrever livros no Brasil não deixa ninguém rico (só se você vender vinte mil exemplares) e é necessário ter uma segunda carreira. Entre o círculo de amigos escritores que conheço existem variadas profissões, como advocacia, vendedor de livros, professor e o mais comum, jornalista. Faço parte deste último grupo e é por isso que estou escrevendo esta coluna.

Enfim, na última semana falei sobre o fato de ter uma ideia.

É muito importante. Você já teve? Se já teve, é hora de começar a fazer literatura. Independente do que você escreva e do que as pessoas lhe digam (sim, meu amigo(a), elas vão dizer) você está fazendo literatura. Crepúsculo é literatura? É sim! Literatura está englobada nas letras, não importando o quão ruim seja minha obra ou a do próximo. Crepúsculo fez alguém começar a ter gosto pela leitura e, então, partir para algo melhor. Ou não. Por isso, mantenha sua mente aberta para todas as ideias que possam aparecer. Digamos que você tem a ideia. Sente e escreva. Essa é a dica suprema.

Como eu faço isso?

Se você tiver o dom de manusear as palavras e conseguir fluir as coisas, vai ser bem simples. Como já citei no Dia #1, você precisa de um espaço próprio. Conheço algumas pessoas que conseguem escrever até na calçada, mas não é o meu caso. Gosto de ter um espaço só para mim cujo único barulho é o da rua. Me incentiva saber que estou escrevendo sobre a urbanização quando ela está logo ali. No entanto, travo se há alguém por perto ou estou na sala. Não funciona deste jeito. Caso você seja como eu, vai precisar definir também um horário. Sou um cara da manhã, momento em que tudo funciona melhor, mas recentemente tenho me privado da manhã em função de estudos e é frustrante. A maioria dos escritores (estou falando de quase todos) são corujas. Para os escritores clássicos como Scott Fitzgerald, por exemplo, a noite era sua amiga e trabalhavam à base de cafeína e uísque. Brincadeira. Apenas uísque mesmo.

Sendo assim, com um espaço e seu horário definidos, mãos à obra. Dê o seu melhor e não se esforce demais. Saiba que você não irá terminar o livro em uma semana (de modo intrigante, Anne Rice escreveu Entrevista com o Vampiro neste tempo). Existem outras tarefas cotidianas e obrigações no lar que você precisa cumprir. Caso more sozinho, terá mais tempo para si mesmo, do contrário, precisa dedicar tempo ao seu papagaio, gato, cachorro, mãe, esposa/namorada e filhos. Ou às vezes você simplesmente sente preguiça e vai ver um filme.

Nota importantíssima: não deixe a preguiça derrota-lo. Uma vez derrotado, sempre derrotado.

Mas não vá muito longe. Escreva duas horas por dia, pois isso já irá lhe dar algumas boas páginas e um avanço significativo na trama. Se você escrever todos os dias (preciso escrever todos os dias, pois sou ansioso e gosto de me livrar das ideias para chamar a próxima na fila) vai terminar seu livro em questão de meses dependendo da quantidade de páginas. Ainda neste tópico de não se apressar, escrevendo o suficiente, lembre-se de não ligar para as páginas. Não conte os números, as letras e parágrafos. Não tente competir com você e com autores clássicos cujos ossos já se desintegraram. Os autores antigos faziam manuscritos de 1000 páginas porque ganhavam dinheiro por palavra. Você não. Quando sua ideia virar história e a história estiver finalizada é porque acabou.

Deixe a ideia guia-lo.

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