Os Trapalhões | 40 anos depois, programa retorna com novo elenco, direção e muito humor

Quem nunca ouviu falar de Os Trapalhões? Tendo gostado ou não, você certamente parou para assistí-los durante algum momento de sua vida, afinal já são 40 anos de história desse grupo de amigos atrapalhados. Desde 1969, ano em que o primeiro episódio foi exibido, os 4 palhaços vêm atraindo sorrisos e gargalhadas de seu público, por meio de piadas bobas e trejeitos confusos. Mesmo após o falecimento de dois de seus integrantes, Mussum e Zacarias, Didi e Dedé (personagens de Renato Aragão e Dedé Santana) buscam manter acesa a chama de alegria criada anos atrás.

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Em homenagem aos 40 anos do programa, a TV Globo produziu uma nova versão do show, com um novo elenco no papel do quarteto. Como uma forma de relembrar os tempos iniciais, Renato Aragão e Dedé estarão presente na produção em seus mesmos papéis. A novidade chega com os atores Lucas Veloso, Bruno Gissoni, Mumuzinho e Gui Santana, vivendo respectivamente Didico, Dedeco, Mussa e Zaca. Além deles, algumas figuras conhecidas também serão relembradas, como Tião Macalé (interpretado por Nego do Borel) e o mal humorado Sargento Pincel (interpretado por Ernani Moraes). Com estreia programada para o próximo dia 17 no Canal Viva, e em setembro na TV Globo, Os Trapalhões deve seguir o mesmo molde do remake da Escolinha do Professor Raimundo, programa que foi muito elogiado pelos fãs. Fred Mayrink dirige o roteiro criado por Péricles Barros e supervisionado por Mauro Wilson, e juntos lideram toda a equipe responsável pelos 9 episódios que a trama terá.

Nesta terça-feira (11), estivemos na coletiva de imprensa de Os Trapalhões nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, e além de termos a oportunidade de conversar com os atores, podemos ver uma pequena prévia do que vem por aí.

“A gente teve a preocupação, o tempo inteiro, em fazer um programa pra família toda. Existem as piadas, mas o politicamente correto está no cuidado do que vivemos hoje, não acho que seja uma preocupação, um cuidado exacerbado. A sociedade hoje evoluiu em vários pontos, então coisas que antigamente podíamos comentar ou brincar, hoje já evoluiu naturalmente para outro ponto de vista.” – comentou Mayrink em relação a comparação das piadas feitas antigamente e hoje em dia.

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Renato Aragão chegou acompanhado não apenas da esposa Lílian Taranto, mas também da tradicional roupa branca da cabeça aos pés. Muito emocionado, o ator fez questão de elogiar o novo elenco e declarou que para ele ainda é como se fosse a primeira vez.

“Estou aprendendo cada vez mais, a adrenalina é igual como se estivesse fazendo o primeiro programa. Estou muito feliz, torto de alegria. Espero responder a essa homenagem. Na vida ninguém está ensinando sempre, mas estamos sempre aprendendo. Se eles estão aprendendo com a gente, nós também estamos aprendendo com eles. Nós brincamos e nos divertimos muito! Aqui não existe mestre nem aprendiz” – declarou.

“Esse encontro de gerações, essa brincadeira, é o grande barato desse momento. Teve um olhar muito generoso de cada um envolvido no trabalho. Renato e Dedé dispensam qualquer tipo de apresentação, nós é que chegamos nesse programa. Nós passamos a vida curtindo os dois, e agora fazemos parte de um trabalho onde temos a oportunidade de compartilhar esse momento com eles. Nós entramos nessa nova etapa de Os Trapalhões trazendo o que eles construíram até aqui, sem perder a essência do circo e do improviso. É uma emoção muito grande, um momento muito especial.” – completou o diretor.

Foto: Divulgação

Muito elogiados por seus personagens Zaca e Mussa, respectivamente, Gui Santana e Mumuzinho explicaram um pouco sobre a construção dos mesmos, desde a caracterização física a trejeitos e expressões emblemáticas de Zacarias e Mussum.

“Eu tenho uma facilidade em poder fazer timbres, mas eu acredito que não exista uma técnica para chegar a voz perfeita do Zacarias. Não é perfeita, lógico, pois se ele estivesse aqui vocês iam ver a diferença. Assim como o Mussum, o Zacarias é um dos personagens mais caricatos de Os Trapalhões, com uma composição de expressões. É uma homenagem bem feita” – respondeu Gui.

“Minha vida e minha infância foram assistindo a esses caras, e é uma grande emoção para mim pois a minha vida foi muito difícil. As pessoas diziam que eu era filho do Mussum pelo jeito de falar e de brincar, e eu tive a honra de conhecer a família dele. Quando recebi o convite, eu dormia e colocava só o áudio dos vídeos do Mussum, e poder homenagear esse grande humorista é uma responsabilidade. Nós só queremos honrar o que eles fizeram, dar sentido ao que eles fizeram tempos atrás.” – acrescentou Mumuzinho, muito emocionado.

Bruno Gissoni interpreta Dedeco, figura inspirada no Dedé da trama original. Enquanto os companheiros já estão acostumados a lidar com momentos de comédia, Gissoni é mais visto em novelas e dando vida a personagens sérios e românticos.

“Está sendo incrível, é um desafio muito grande. Ser recebido da forma que eu fui facilitou muito, pois eu cheguei um pouco inseguro por nunca ter feito comédia na TV. A preparação foi muito boa e eu tive o suporte de todos, além de estar ao lado de referências, o que dá mais segurança. O Dedé tem um coração muito grande, um amor muito grande pelo próximo e pela profissão, e isso só me ajudou a aflorar esse lado de humor. Os Trapalhões eram meus super-heróis da infância, e estar trabalhando ao lado dos meus heróis é algo que só acontece uma vez na vida.” – declarou.


Finalizando o quarteto, Lucas Veloso é Didico, personagem inspirado no Didi de Renato Aragão.

“Didico e Dedeco são trapalhões com um universo que tem uma liberdade maior para criação, mas ao mesmo tempo uma pressão maior. Quando se fala em fazer ‘Os Novos Trapalhões’ fica a pergunta de quem irá fazer o Didi e quem irá fazer o Dedé. Eu demorei um pouco para entender, pois vim de uma escola de comédia muito diferente do universo da ‘palhaçaria’. É muito mais difícil do que as pessoas pensam, fazer o que Renato Aragão faz. Ele faz uma coisa que o ser humano quer fazer ao longo da vida, que é voltar a ser criança. A pressão do dia à dia nos obriga a sintetizar uma adulto falso, uma identidade que o mundo quer que a gente seja. O Didi é a criança que queremos ser quando crescer. Meu pai faleceu há 1 ano e desde então eu sou o pai de família na minha casa. Os Trapalhões me ensinou a voltar a ser criança. Foi a maior lição de vida que eu recebi em minha vida.” – finalizou um Lucas extremamente emocionado.

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