Mais uma da série | Três é Demais

Um é pouco, dois é bom, mas três é demais. Não, esse não é um texto sobre Three’s Company, poderia ser, mas não é. Vamos pular 10 casas.

Mais uma da série: programas que você adora assistir dublado (e no SBT). O clima nostálgico tomou conta da internet essa semana, quando a Netflix (♥), anunciou 13 novos episódios da série Full House ou como é conhecida aqui pelas terras tupiniquins, Três é Demais, para o próximo ano.

Com humor leve, daquele jeito que agrada toda a família, e personagens tipicamente comuns e naturais, a série, criada por Jeff Franklin, foi ao ar pela primeira vez em 1987 e rapidamente conquistou o público, alcançando uma legião de fãs, que pareceu aceitar muito bem a notícia de que os Tanner’s, ou pelo menos parte deles, podem voltar à cena muito em breve.

No centro da história, um pai se vê viúvo e com três filhas para criar. Who you gonna call? Seus melhores amigos, é claro. Mas… Quem nunca? Danny Tanner, interpretado por Bob Saget, é o viúvo da vez. Após a morte de sua esposa Pam, Danny pede a ajuda de seu melhor amigo Joey (Dave Coulier) e de seu cunhado Jesse (John Stamos) para dar conta do recado de criar as três filhas: a adolescente Donna Jo (Candace Cameron), ou simplesmente DJ, a do meio “metida a engraçadinha” Stephanie (Jodie Sweetin) e a caçula “inteligente demais para a idade” Michelle (Mary-Kate e Ashley Olsen).

O show ainda conta com a presença da “excêntrica” melhor amiga de DJ, Kimmy Gibbler, interpretada por Andrea Barber, e a cunhada de Danny, Becky, interpretada por Lori Loughlin. No estilo Três Solteirões e um Bebê, Danny, Joey e tio Jesse, assumem a responsabilidade de cuidar das três garotas, construindo em cena algo diferente do que estávamos acostumados a assistir.

Deixando de lado o senso comum e instituindo uma nova estrutura familiar, Três é Demais, possibilitou ao telespectador um ponto de vista diferente sobre o conceito família e reforçou elementos fundamentais que rodeiam o tema, como o amor, a compreensão, a amizade e a lealdade. Ao abordar o cotidiano familiar de maneira simples e livre de preconceitos, acompanhamos durante 8 temporadas, a evolução dos personagens e como o aprendizado, episódio após episódio, interferiu em suas personalidades e relacionamentos.

Apesar de parecer uma tarefa fácil para o nosso elenco masculino, criar três meninas, gerou ao longo da série, histórias atípicas e muito bem humoradas. As mudanças pelas quais os personagens passam ao longo das temporadas são nítidas, e vão muito além do guarda-roupa, dos cortes de cabelo noventistas e a aparência, como é o caso de DJ, que apesar dos dramas teens, vimos amadurecer muito ao longo dos anos, tornando-se mais responsável a cada temporada.

Kimmy, que apesar do visual caricato e das muitas pérolas ditas ao longa da série, sempre demonstrou-se uma boa amiga e leal à DJ. Stephanie, que mesmo sentindo-se insegura às vezes, conseguiu encontrar em si mesma suas qualidades e excepcionalidades. E quem não lembra da icônica Michelle, interpretada pelas gêmeas Olsen, e suas inúmeras frases de efeito? Se não lembra pode apostar que “You’re in a big trouble, mister!”. Sempre ao redor de suas irmãs e sendo mimada pelo tio Jesse, a personagem não só arrancou boas risadas ao longo do show, mas conquistou o carisma do público tornando-se notória mesmo após o fim da série.

Para controlar a bagunça contamos com Danny, sendo o pai zeloso, cri cri, maníaco por limpeza e compreensivo, Joey exercendo, na maioria das vezes, o papel nonsense da série, Jesse, que apesar do arquétipo sedutor, prova ao longo do show que é capaz de ser responsável e dedicado, e Becky, que mostra-se uma constante na história, representando muitas vezes a figura materna ausente no show.

Embora a narrativa muitas vezes pareça impossível aos nossos olhos e as situações cotidianas possam beirar a irrealidade, os personagens, e as semelhanças que dividem com o telespectador, tornam a história mais próxima de quem a assiste. Sem a ilusão de receber críticas elaboradas e diversas indicações a prêmios e etc. e tal, Três é Demais cumpre com o seu propósito de entreter e passar uma mensagem positiva.

Após 20 anos, desde seu término em 1995, a série continua despertando nostalgia e boas lembranças em uma geração que cresceu acompanhado histórias nem sempre tão inteligentes, mas que conseguiam ser leves e divertidas. Vale ver e rever sempre. P.S Aconselhamos que faça isso antes do próximo ano.

Para conferir mais sobre a sequência de Três é Demais clique aqui.