Crítica | Com um tema já exaustivo, 3% deixa a sensação de potencial desperdiçado

3%

3_onesheet_330_rgb_v7Idealizada em 2011 como uma websérie no Youtube, 3% chega cinco anos depois na Netflix com o peso de ser a primeira produção totalmente nacional do serviço de streaming.

A ideia de um futuro distópico onde a humanidade luta por sobrevivência é instigante, mas depois do tema ser adaptado exaustivamente em Jogos Vorazes, Divergente, Elysium, Maze Runner, entre outros, tornam a série pouco atrativa.

Além disso, 3% sofre com um roteiro raso e que não sabe aproveitar todo o potencial que tinha ao redor. O conceito da seleção é similar em Jogos Vorazes e a visão do país dividido, e os mais pobres buscando uma entrada no lugar mais rico, é a mesma ideia de Elysium.

Depois da primeiras impressões durante a press junket, os oito episódios da série se resumem apenas em explorar a competição de jovens de 20 anos que vivem nos locais mais escassos e caóticos do país para terem acesso ao Maralto, ambiente onde terão todos os recursos para uma qualidade melhor de vida.

Mas o acesso não será fácil, apenas 3% dos competidores conseguirão passar. Além disso, um movimento conhecido como A Causa é contra essa competição, colocando infiltrados para sabotar a seleção.

O que surpreende, mas de maneira negativa, é que em nenhum momento somos motivados durante os oito episódios. Primeiro, não entendemos o porque dos jovens que disputam a vaga estão ali, porque eles querem tanto passarem para o “Lado de Lá”. Se eles vivem em ambiente desagradáveis e inabitáveis, porque alguns candidatos que moram em locais paupérrimos, estão sempre com a barba feita e não transparece que estão vivendo de maneira degradante. Além disso, a série mostra que A Causa está ali para impor igualdade. Somos incitados que eles são um grupo organizado e metódico, que na série ficou resumida por uma ação durante o penúltimo episódio, que posso classificar como desorganizada, porque nada conseguiram ali.

Com um elenco nível Malhação, as atuações de 3% são fracas. Não há dramaticidade, não há emoção, não há uma torcida sequer por um personagem. A única que se esforça é Bianca Comparato (Michele), mas a inconsistência do roteiro prejudica seu desenvolvimento.

No mais, 3% é um desperdício de potencial. Somente três episódios (quinto, sexto e sétimo) agradam, mas o roteiro pouco original deixa a sensação de que ficou devendo (e muito!). Não foi o bastante para ficar na expectativa por uma segunda temporada depois de um final sem impacto algum.

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Resumo

No mais, 3% é um desperdício de potencial. Somente três episódios (quinto, sexto e sétimo) agradam, mas o roteiro pouco original deixa a sensação de que ficou devendo (e muito!). Não foi o bastante para ficar na expectativa por uma segunda temporada depois de um final sem impacto algum.