Peter Pan | Prelúdio segue o universo fantástico dos personagens

12 anos depois da última versão em live-action dirigida por P.J. Hogan, Peter Pan ganha uma nova adaptação ao cinema comandada por Joe Wright (Orgulho & Preconceito, Desejo & Reparação). Diferente das outras versões, que incluiu um Peter adulto em HookA Volta do Capitão Gancho, esta releitura da Warner Bros. segue o roteiro original de Jason Fuchs apresentando a origem o herói antes de se tornar uma lenda na Terra da Nunca.

A priori, parecia uma adaptação desnecessária, já que a criação de J.M. Barrie é deveras conhecida. Mas, o longa consegue ser envolvente e aproveita o universo fantástico dos personagens.

A trama é situada na década de 40, no período da guerra em Londres.  Peter Pan (Levi Miller) é apenas um menino órfão que sonha em um dia reencontrar a mãe. Vivendo em um ambiente hostil ao lado de outras crianças no orfanato, o garoto percebe que várias crianças somem misteriosamente à noite. Ao tentar investigar o fato com o amigo Nibs (Lewis MacDougall), Peter se torna mais uma vítima, sendo capturado pelos capangas piratas do Capitão Barba Negra (Hugh Jackman). As crianças se tornam escravas do vilão para garimpar cavernas em busca do pó de pirlimpimpim. A jornada do garoto começa a partir que conhece o jovem Gancho (Garrett Hedlund), que unem forças para fugirem do local.

O prelúdio consegue captar a mesma magia, atraindo principalmente o público infantil pela linha narrativa simples e segue um estilo fábula, contos de fada. A recriação da Terra do Nunca é incrível do ponto de vista técnico, com um visual colorido e fantasioso, responsável por transportar o telespectador para aquele mundo. Contudo, quem assistiu ou pretende assistir a película em 3D vai perder muito dessa magia, já que a maioria das cenas não envolvem a profundidade necessária para a tecnologia.

Em relação ao elenco, o novato Levi Miller demonstra bastante segurança e mostra com competência os indícios de carisma que virá ao se tornar o lendário Peter Pan. Ele demonstra uma ótima sintonia com Garrett Hedlund, o futuro Capitão Gancho, mas que no filme está mais para jovem Indiana Jones ao observar seu figurino claramente inspirado no arqueólogo. Hedlund se destaca pela presença sempre bem humorada do personagem, deixando público em dúvidas a respeito dos motivos que o transformará como vilão. A bela Rooney Mara apresenta a mesma competência de outrora, mas sua personagem é a que menos se encaixa no longa, ainda mais por não se parecer em nada com a índia Tigrinha, o que vem gerando algumas críticas negativas sobre sua escolha para o papel.

Apesar da história ser fundamentada em Peter Pan, o espetáculo fica para Hugh Jackman, que chama todas as atenções para si. O ator apresenta uma performance de um vilão que não conseguimos odiar pela sua excentricidade em cena. O australiano se diverte como Barba Negra mostrando todas as suas vertentes para o humor.

A trilha sonora do filme é pouco impactante comparado com as outras adaptações, mas vale destacar a versão a capella de “Smells Like Teen Spirit”, clássico do Nirvana. Uma surpresa agradável do longa.

Ao final, o prelúdio Peter Pan termina de maneira satisfatória ao apresentar de maneira eficiente personagens tão conhecidos do público, mas que continuam despertando o interesse ao inseri-los em situações que nunca imaginamos. Vai ser difícil depois deste longa acompanhar o surgimento da inimizade entre Peter Pan e Gancho pela interessante parceria que criaram. Mas vai ser curioso ver as circunstâncias que o levaram à rivalidade.

  • Bom
3

Resumo

Ao final, o prelúdio Peter Pan termina de maneira satisfatória ao apresentar de maneira eficiente personagens tão conhecidos do público, mas que continuam despertando o interesse ao inseri-los em situações que nunca imaginamos. Vai ser difícil depois deste longa acompanhar o surgimento da inimizade entre Peter Pan e Gancho pela interessante parceria que criaram. Mas vai ser curioso ver as circunstâncias que o levaram à rivalidade.