Crítica – Os Mercenários 3

Os Mercenários 3

Quando surgiu em 2010, a franquia Os Mercenários ganhou a atenção do público por reunir astros de ação dos anos 80 e 90 que, com o passar dos anos, acabaram perdendo espaço em Hollywood. Não há como esquecer a épica cena dirigida e escrita no primeiro filme por Sylvester Stallone (idealizador do projeto) trocando farpas com Bruce Willis e Arnold Schwarzenegger, causando alvoroço entre o público masculino e, para surpresa de alguns, o feminino.

Não há como discutir que o primeiro filme seja o melhor, já que foi capaz de reviver os nostálgicos filmes de ação de trinta anos atrás seguindo uma linha badass. A partir do segundo filme, Stallone e cia decidiram cair no deboche, fazendo piadas de si mesmos e usando seus conhecidos bordões para tal. O terceiro filme, agora dirigido por Patrick Hughes, busca balancear entre o humor e ação, agora com o vilão mais sério e perigoso da franquia, o ex-mercenário Conrad Stonebanks (Mel Gibson).

Na trama, Stonebanks era um dos principais membros dos mercenários ao lado de Barney Ross (Stallone), mas decidiu seguir um outro caminho. Acreditando que estivesse morto, Ross e sua equipe encontram Stonebanks vivo e buscando vingança contra sua equipe. Depois de um ataque que quase matou a todos, Ross decide seguir seu caminho sozinho contra seu algoz e monta uma nova equipe, agora com jovens integrantes.

Desde o início da franquia em 2010, a ideia de Stallone era de dosar durante a franquia os velhos e novos astros de ação. Contudo, a nova equipe formada por Ronda Roussey, Kellan Lutz, Victor Ortiz e Glen Powell não convencem e nem de longe possuem o mesmo carisma dos sessentões, que contam com o reforço de outras estrelas: Mel Gibson, Harrison Ford, Wesley Snipes e Antonio Banderas. Os quatro justificam suas entradas com direito a muitas piadas internas.

Ford, que assumiu o lugar de Bruce Willis, usa o termo “out of the picture” (fora de cena) para justificar a saída conturbada do ator, que se desentendeu com Stallone durante sua negociação contratual. Snipes, que estivera preso na vida real, surge em cena em uma prisão e faz piada sobre o fato que aconteceu em sua vida. Contudo, a melhor participação fica para Antonio Banderas, que usa os trejeitos de dois dos seus principais personagens: Zorro e Gato de Botas. O ator literalmente se diverte em cena e seu personagem arranca muitas risadas por seu jeitão tagarela e possuir uma interessante história sobre sua vida passada de mercenário. Gibson, por sua vez, entrega um maior peso e dimensionalidade como o vilão em relação aos anteriores (Eric Roberts e Jean-Claude Van Damme).

Seguindo a mesma fórmula dos anteriores, Os Mercenários 3 segue o rito de vingança dos personagens e as cenas de ação são mais discretas que os outros filmes sem muito sangue jorrando nas telonas e pancadaria devido a diminuição da censura. Mas, a sequência final é digna da franquia com as conhecidas explosões, correria e boas sequências de luta.

Com o intuito de renovar a série trazendo jovens atores, Os Mercenários 3 falha na escolha do novo elenco, que provavelmente será descartado no quarto filme. O negócio é deixar o serviço para os sessentões que ainda tem fôlego para mais pancadaria e explosões pela frente.

Texto publicado originalmente no Intersect News.

  • Bom
3

Resumo

Com o intuito de renovar a série trazendo jovens atores, Os Mercenários 3 falha na escolha do novo elenco, que provavelmente será descartado no quarto filme. O negócio é deixar o serviço para os sessentões que ainda tem fôlego para mais pancadaria e explosões pela frente.