Crítica | O direito de amar é o foco no ótimo drama Loving

A segregação racial e os direitos civis da população negra são temas bastante pertinentes, que já renderam ótimas histórias nos cinemas. Muitos desse filmes como o recente Selma – Uma Luta pela Igualdade traziam a bandeira política e destacavam os vários conflitos.

Jeff Nichols, dos excelentes O Abrigo, Amor Bandido, mostra uma luta diferente em Loving, drama inspirado em fatos. Nesse longa, o diretor mostra um casal lutando pelo direito de amar, de constituir uma família.

A trama ambientada na década de 60 acompanha Richard Loving (Joel Edgerton) e Mildred (Ruth Negga), um homem branco e uma mulher negra que estão apaixonados e decidem se casar na Virginia, nos Estados Unidos, mas são presos por infringirem as leis contra a miscigenação. Forçados perante o júri a se declararem culpados para evitar uma pena maior, o casal é forçado a abandonar o estado no qual suas famílias residem, vivendo como exilados em Washington.

Parece difícil de acreditar um casal impedido de se unir matrimonialmente. Mas, era exatamente assim que funcionava no período de extremo conservadorismo. E o mais difícil de acreditar é que essa atrocidade histórica completou apenas 50 anos. E se trazermos para os dias de hoje, o preconceito racial continua evidente. Basta recordar casos recentes como do ator Bruno Gagliasso que mostrou com orgulho a sua filha adotada ao lado da esposa, mas que sofreu ataques raciais por ela ser negra.

Não buscando arrancar lágrimas e apostar no melodramático, Jeff Nichols aposta de forma eficaz no tom sóbrio e abordar com simplicidade o drama dos Loving. Talvez, isso possa incomodar para aqueles que esperam mais dramaticidade.

As atuações de Joel Edgerton e Ruth Negga são admiráveis e dignas de premiações. Interessante perceber que a persona de Edgerton com o cabelo oxigenado que destacam seus olhos azuis, mais parece um supremacista branco. Mas, na primeira cena percebe-se a gentileza e a humildade do rapaz, que demonstra uma “ignorância” em não saber o que é segregação racial. Richard Loving é apenas um homem que revela imenso amor pela esposa e só isso importa pra ele. Já Ruth Negga interpreta Mildred de forma fascinante, começando o longa como uma mulher amedrontada e passiva, mas revela ser a grande voz do casal pelos seus direitos.

Loving é um drama tocante que nos leva a refletir: Será que avançamos como sociedade? Se há um tempo atrás um casal interracial era impedido de casar, o que dizer de hoje em relação aos direitos LGBT? Ao ver o filme a resposta que fica no consciente é: Ainda estamos engatinhando.

 

4

Ótimo

Loving é um drama tocante que nos leva a refletir: Será que avançamos como sociedade? Se há um tempo atrás um casal interracial era impedido de casar, o que dizer de hoje em relação aos direitos LGBT? Ao ver o filme a resposta que fica no consciente é: Ainda estamos engatinhando.

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