Crítica | Novo Caça-Fantasmas supera os anteriores

poltrona-ghostbusters-poster-30jun16O novo Caça-Fantasmas chegou cercado de polêmicas desnecessárias. A mais infantil delas é o porquê do longa ser protagonizado por mulheres. Em diversas entrevistas, o diretor Paul Feig disse que gostaria de inverter os papeis, com as mulheres tomando a iniciativa. Daí, o tal “problema”.

Lançado em 1984, Caça-Fantasmas original tinha um formato, onde a mulher era uma bobalhona, indefesa, vide a secretária do Dr. Peter Venkman. No segundo filme, de 1989, a mulher era a donzela a ser resgatada, a indefesa. Precisamos, ser bem claros, que ainda vivemos em uma sociedade machista, e muitas das críticas lançadas apresentam esse teor de não aceitar um longa protagonizado por mulheres. É tão duro lidar com isso?

Pois bem, esta nova produção da Sony Pictures supera o original com uma história mais coesa, bem mais divertida e que não se prende em fazer nostalgia, seguindo de maneira independente.

Na trama, Erin Gilbert (Kristen Wiig) é uma respeitada professora universitária, com a desejada promoção acadêmica ameaçada devido a um livro que escreveu no passado sobre a possível existência de fantasmas. Seu livro caiu na internet, quando a coautora da obra, Abby Yates (Melissa McCarthy), continua acreditando na existência de seres fantasmagóricos, onde trabalha com a cientista Jillian Holtzmann (Kate McKinnon) para caçar ectoplasmas. Enquanto discutiam a retirada do livro na net, o trio começa a presenciar eventos estranhos e, confirmar a existência de fantasmas. Mesmo sendo motivo de chacota, o trio se junta a funcionária do metrô, Patty Tolan (Leslie Jones), e se tornam as Caça-Fantasmas.

Escrito em parceria com Katie Dippold (da série Parks and Recreation), Feig cria uma narrativa inteligente, que parece despretensiosa, mas que vai cativando com pontualmente. Muito se deve à excelente sintonia do elenco feminino. Wiig, McCarthy, McKinnon e Jones não decepcionam. Cada atriz, tem um estilo de humor peculiar, sendo aproveitado de maneira eficaz. As aparições do elenco original têm o tom de nostalgia, o que era esperado, mas serviram, principalmente, para passar o bastão para o novo quarteto.

Os machistas de plantão, não deverão curtir muito a persona de Chris Hemsworth como o secretário burrão Kevin, criado para alfinetar quem acha somente que a mulher deve ser a secretária, a serviçal, etc. Hemsworth possui uma veia cômica ímpar e se entrega ao papel de uma forma que poucos atores conseguiriam. Se tiver a mente aberta, vai cair na risada com o ator em cena.

No aspecto técnico, o longa apresenta ótimos efeitos visuais, aproveitando bem as cores para delinear os fantasmas. O mais interessante é que nada é exacerbado, sendo utilizados de maneira eficiente.

Caça-Fantasmas é mais um exemplo de que as mulheres estão cada vez mais no comando e, podem mandar tão bem (até melhor!) que os homens. Uma ótima comédia, que está entre as melhores deste ano.

  • Ótimo
4

Resumo

Caça-Fantasmas é mais um exemplo de que as mulheres estão cada vez mais no comando e, podem mandar tão bem (até melhor!) que os homens. Uma ótima comédia, que está entre as melhores deste ano.

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