Crítica | John Wick: Um Novo Dia Para Matar supera o primeiro filme, mas não surpreende

A continuação de De Volta ao Jogo (2014) veio para aumentar não apenas a qualidade de seu antecessor, como também o número de tiros, lutas e corpos. O filme cumpre aquilo a que veio oferecer, sem surpresas, mas consegue superar sua produção anterior e divertir o espectador. John Wick: Um Novo Dia para Matar transborda ação do início ao fim, com cenas meticulosas e bem trabalhadas, além de comprovar o sucesso da nova franquia de Keanu Reeves, após dois fracassos em filmes do gênero.

Logo de cara nos vemos envolvidos em uma cena de ação, onde Wick persegue enlouquecidamente um motociclista pelas ruas de Nova York. No melhor estilo Velozes e Furiosos, a perseguição acontece em ruas movimentadas e em meio ao trânsito, com manobras calculadas por parte do espião. O objetivo de tudo isso? Recuperar seu carro, roubado no primeiro filme da franquia. A grande sacada do diretor Chad Stahelski foi saber o momento certo de introduzir a comédia em meio a cenas de tensão, não tornando a obra pesada e maçante, mas sim captando a atenção de quem a assiste.

Apesar de títulos diferentes, o segundo filme começa pouco depois de onde o primeiro terminou. John Wick busca vingança pela morte de seu cachorro e pelo roubo de seu carro, e não desiste da missão até conseguir completá-la. Wick vê seu desejo pela aposentadoria explodir junto com sua casa, e percebe que ainda está longe de conquistar seu tão sonhado descanso. A história se desenrola a partir daí e o personagem cético e fechado “volta ao jogo” para uma última missão, envolvendo a Alta Cúpula italiana e o desejo por poder. Por ser o melhor matador profissional do momento, Wick é requisitado por Santino D’Antonio e obrigado a pagar uma dívida antiga, velada a sangue.

A trama alterna entre Roma e Nova York, onde o famoso hotel Continental está presente em ambos os locais. A influência de Wick é um dos pontos cômicos da produção, onde o espião consegue recuperar em minutos o que foi perdido na explosão de sua casa. Desde um sommelier com um estoque de armas de dar inveja até mesmo a James Bond, a uma rede de mendigos assassinos e altamente armados, o espião conta com a cobrança de favores e ameaças para sobreviver. Os personagens do primeiro filme permanecem, e figuras novas são adicionadas como Riccardo Scamarcio, Ruby Rose, Common ( Lonnie Rashid Lynn Jr ) e Laurence Fishburne, propiciando o aguardado reencontro entre Neo e Morpheus.

Alguns detalhes bizarros deixam a produção um pouco a desejar, como a impressão de que boa parte da população mundial é composta de assassinos, ligados por uma rede de comunicação via SMS. Esses detalhes, porém, são o que mostram ao espectador o tipo de filme a que estão assistindo. Não devemos esperar algo muito divergente do primeiro filme, mas sim algo maior e melhor, com momentos em que parece estarmos em um video game e acreditem, isso é um ponto positivo.

Apesar de ser um ator subestimado, outra pessoa não poderia ter interpretado John Wick, além de Keanu Reeves. O lado sombrio e vingativo do personagem contrasta com a expressão blasé de Reeves, trazendo uma característica singular a todo o enredo. Wick é metódico, organizado e extremamente forte, beirando a imortalidade em alguns momentos, razão pela qual é tão respeitado por outros assassinos. Felizmente, tudo indica que um terceiro filme está a caminho, alcançando um terceiro degrau na ordem crescente de perigo enfrentado pelo espião. Da máfia russa, a todos os assassinos de Nova York, para praticamente todo o planeta. Não é preciso pensar muito para saber quem sairá vitorioso nesse confronto: o cachorro, lógico.

Dito isso, tenho um pedido a fazer a aqueles responsáveis por escalar os atores de filmes: apenas parem de colocar Ruby Rose para fazer papéis aleatórios, em filmes aleatórios. Estamos em fevereiro e já a vimos em três produções cinematográficas distintas, nas quais não oferece nenhum diferencial significativo.

 

4

Ótimo

John Wick: Um Novo Dia para Matar veio para aumentar não apenas a qualidade de seu antecessor, como também o número de tiros, lutas e corpos. O filme cumpre aquilo a que veio oferecer, sem surpresas, mas consegue superar sua produção anterior e divertir o espectador. A produção transborda ação do início ao fim, com cenas meticulosas e bem trabalhadas. Outra pessoa não poderia ter interpretado John Wick, além de Keanu Reeves. O lado sombrio e vingativo do personagem contrasta com a expressão blasé de Reeves, trazendo uma característica singular a todo o enredo.

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