Crítica | American Ultra transforma Jesse Eisenberg em Jason Bourne

Em 2009, Jesse Eisenberg e Kristen Stewart viveram um casal marcante do cinema no excelente Férias Frustradas de Verão. A química entre os dois é inegável e, isso se repete em American Ultra – Armados e Alucinados, parceria interessante  do roteirista Max Landis, (Poder sem Limites) com o diretor Nima Nourizadeh (Projeto X).

Os dois nomes contemporâneos da sétima arte executam uma boa produção para o público jovem, mas de uma geração passada: a dos anos 80 e 90. Tanto Eisenberg e Stewart parecem integrantes de uma banda grunge de Seattle com camisa xadrez, calças surradas e cabelos desgrenhados.

Na trama, Mike (Eisenberg) é um jovem desmotivado que mora em uma pequena cidade, desenha quadrinhos, fuma maconha e trabalha como caixa. Sua grande motivação está em sua namorada Phoebe (Stewart), com quem sonha em se casar. Contudo, Mike descobre que na verdade é um assassino mortal treinado pela CIA, que estava adormecido quando sua memória foi apagada. Sua memória é reativada por uma misteriosa mulher (Connie Britton), tornando-o uma arma letal e um perigo em grande escala para quem o criou.

Nourizadeh apresenta interessantes planos-sequência de ação, transformando o fracote Jesse Eisenberg em uma espécie de Jason Bourne. A cena do ator desempenhada dentro de um supermercado é grande momento do longa que, merece muitos elogios.

Enquanto Eisenberg convence como um agente adormecido, Stewart mais uma vez repete a atuação competente de seus últimos filmes, apesar de sua personagem ter uma presença modesta durante o longa, ganhando mais importância no ato final.

O único defeito do longa está em utilizar o fraquíssimo Topher Grace no papel de um vilão, que não funciona em nenhuma cena. Além do mais, o desfecho do personagem é deveras sem graça. Com isso, Bill Pullman, que merecia mais destaque pela importância do personagem, inexplicavelmente ganha apenas uma rápida participação.

No mais, American Ultra – Armados e Alucinados é um bom entretenimento que empolga e derrapa durante os 90 minutos de fita. Ao final, faltou identidade própria para o longa, que se importou mais em dialogar com o público das comédias dos anos 80 e 90, do que com a geração atual.

Observação: Os créditos finais apresentam uma divertida sequência utilizando os quadrinhos de Mike. 

  • Bom
3

Resumo

No mais, American Ultra – Armados e Alucinados é um bom entretenimento que empolga e derrapa durante os 90 minutos de fita. Ao final, faltou identidade própria para o longa, que se importou mais em dialogar com o público das comédias dos anos 80 e 90, do que com a geração atual.